Presença feminina na Medicina supera a dos homens pela primeira vez na história do Brasil
O Dia da Mulher Médica, celebrado em 3 de fevereiro, destaca não apenas o pioneirismo da primeira mulher a exercer a Medicina no mundo, Elizabeth Blackwell, mas também uma transformação histórica no Brasil. Pela primeira vez, o número de médicas supera o de médicos no país, conforme levantamento da Associação Médica Brasileira (AMB). Para reconhecer essa conquista, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) ressalta os desafios superados e a força feminina na profissão, promovendo um olhar sobre a diversidade geracional e a evolução da atuação das mulheres na área.
“O crescimento da presença feminina na Medicina reflete talento e dedicação ao longo das décadas. É um momento histórico que reforça a importância da equidade de gênero e da valorização profissional”, afirma o presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr.
Para ilustrar essa realidade, a AMRIGS apresenta trajetórias de três profissionais associadas em diferentes momentos da carreira. Representando a categoria Acadêmico, Samira Mohamad Bjaige Collins, presidente do Departamento Universitário da AMRIGS, exemplifica o dinamismo e a determinação das novas gerações que ingressam na Medicina. Na categoria Efetivo, a vice-presidente da Unimed, Beatriz Vailati, compartilha sua experiência na área. Já na categoria Jubilado, a médica Themis Reverbel da Silveira se destaca por sua contribuição à pesquisa e à formação acadêmica, com inúmeras publicações científicas e um legado voltado ao ensino e à assistência.
Hoje celebramos mais do que uma data comemorativa, convidamos à reflexão sobre os avanços já conquistados e os desafios que ainda precisam ser superados. A Associação Médica do Rio Grande do Sul segue firme em seu compromisso de acolher e promover um ambiente inclusivo e igualitário, onde todas as médicas, independentemente da fase de sua carreira, possam continuar a desempenhar um papel transformador na saúde e na sociedade. Que o exemplo dessas profissionais inspire as futuras gerações a seguirem com coragem e determinação, quebrando barreiras e conquistando cada vez mais espaços.
Conheça a história de três grandes profissionais da Medicina.
Samira Mohamad Bjaige Collins
Para a estudante de Medicina e presidente do DU AMRIGS, Samira Mohamad Bjaige Collins, a presença feminina na profissão nunca foi tão expressiva.
“Hoje, ser mulher na Medicina é uma grande honra. Antes, muitas especialidades eram dominadas por homens, especialmente as cirúrgicas, mas essa realidade tem mudado. Agora, vemos mulheres liderando equipes e serviços de Residência. Na minha turma, por exemplo, somos quase 30 alunos e apenas quatro são homens. Muitas colegas estão escolhendo seguir para a cirurgia e outras áreas antes vistas como masculinas”, comenta.
Uma das experiências mais marcantes para Samira foi perceber a mudança gradual na preceptoria médica.
“A maioria dos preceptores ainda são homens, mas vejo que, no futuro, as próximas gerações terão mais mulheres à frente do ensino e da prática médica”, reflete.
Para ela, fazer parte da AMRIGS reforça a importância da participação feminina.
“Estar dentro de uma instituição como a AMRIGS é um privilégio, pois nos dá voz e permite mostrar o quanto somos capazes em todas as áreas da Medicina”, conclui.
Beatriz Vailati
A trajetória das mulheres na Medicina é marcada por desafios e conquistas, e a Dra. Beatriz Vailati é um exemplo dessa evolução. Ginecologista e obstetra, ela consolidou sua carreira com dedicação ao cuidado da saúde feminina e ao desenvolvimento da classe médica. Com formação em Medicina pela UFRGS, residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, além de mestrados em Clínica Médica e Gestão Empresarial, Dra. Beatriz Vailati alia excelência técnica e visão estratégica para contribuir com a evolução da medicina e a valorização da mulher na profissão. Foi, também, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (SOGIRGS). Hoje, como vice-presidente da Unimed Porto Alegre, ocupa um posto de liderança em um cenário que, historicamente, foi predominantemente masculino.
“Um dos momentos mais marcantes da minha trajetória aconteceu no terceiro ano da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre), quando fui surpreendida ao ser escolhida como residente homenageada pelos formandos da querida Associação de Turma Médica (ATM) 88. Tive muitas conquistas ao longo da carreira, mas esse reconhecimento permanece vivo na minha memória, com muito carinho”, recorda a médica.
Com anos de experiência e envolvimento associativo, Beatriz Vailati acredita na força do conhecimento e da união entre médicos para transformar a medicina e fortalecer o papel da mulher na profissão.
Themis Reverbel da Silveira
Para a médica, o crescimento da presença feminina na profissão é inegável.
“O Ensino Superior no Brasil surgiu em 1808, mas só 80 anos depois as mulheres foram admitidas. Hoje, a feminização da Medicina é um fato. No entanto, desigualdades ainda persistem, especialmente em cargos de liderança. Margaret Rossiter, historiadora da ciência, chama atenção para a segregação hierárquica: quanto mais alto o comando, menor o número de mulheres”, explica.
Segundo Themis, a inovação na saúde será fundamental para transformar esse cenário e ampliar a participação feminina. A médica tem um histórico de contribuições marcantes, tanto na AMRIGS, onde editou por anos a revista científica da entidade, quanto no Hospital de Clínicas, onde criou o Serviço de Gastroenterologia Pediátrica.
“Minha experiência mais marcante foi coordenar o primeiro transplante hepático pediátrico intervivo do Sul do Brasil, em 1995. O doador foi o pai do paciente. Nada se compara à satisfação de possibilitar a continuidade de uma vida”, conclui.
Fonte: Marcelo Matusiak
Foto: Divulgação AMRIGS
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