Seguindo o conceito abordado pela campanha “Saúde Preventiva: Pratique Essa Ideia”, idealizada pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) – a qual promove a difusão do conhecimento sobre saúde -, os projetos referentes à doação de órgãos foram ressaltados pela Associação, por meio de parcerias com a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o Hospital de Pronto Socorro de Canoas.
Em virtude do Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado no dia 27 de setembro, a AMRIGS, em parceria com o Hospital Dom Vicente Scherer, da Santa Casa, realizou o II Simpósio do Dia Nacional do Doador de Órgãos. O evento ocorreu na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
A programação do Simpósio contou com painéis, uma mesa redonda e um talk show, abordando os diversos aspectos que permeiam o tema da doação, como a ética e o transplante; tipos de transplantes e novas modalidades; identificação do potencial doador; entrevista familiar e comunicação; boas práticas; logística após o aceite familiar; perda e luto; e experiência intervivos no transplante de fígado pediátrico.
Os tabus da doação de órgãos
A morte encefálica, ainda hoje, é um tema pouco discutido e cheio de tabus no Brasil. Isso impede, muitas vezes, que a doação de órgãos tenha resultados ainda mais efetivos. A afirmação é da coordenadora médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, Caroline Salim.
Dra. Caroline Salim
– Gosto de explicar aos familiares de meus pacientes que existem duas formas de morrer: uma quando o coração para e a outra quando o cérebro para. Entretanto, o significado para esse paciente e seus entes é o mesmo: o de morte. Desde 2013 minha equipe e eu elaboramos um trabalho de treinamento e disseminação desta cultura, o que nos permitiu tornar o HPSC, o hospital com maior número de doações do Estado em 2015 – conta Caroline.
O trabalho desenvolvido pela médica e a sua equipe faz com que o hospital seja responsável por mais de 10% de todas as doações do Rio Grande do Sul. Uma das abordagens dos profissionais é deixar claro que o diagnóstico de morte cerebral, confirmado por dois exames neurológicos detalhados e um exame de imagem que comprove a ausência de circulação sanguínea no cérebro, é irreversível e que não há como ter dúvidas que o paciente já faleceu.
De forma a oferecer uma estrutura completa de amparo e apoio aos familiares, Caroline ressalta que após a confirmação da morte do paciente, a comissão se dispõe a esclarecer todas as dúvidas e dar continuidade ao processo de doação de órgãos.
A AMRIGS apoia o Hospital de Pronto Socorro da cidade de Canoas, que está promovendo o II Simpósio de doação de órgãos e tecidos para transplantes, no dia 06 de outubro, das 8h30 às 13h, no auditório do HPSC.
Siga a programação:
8:30- Boas Vindas: Dr° Rafael Lima Silva “Médico Diretor Técnico do HPSC e Drª Caroline Salim-Médica/coordenadora e assistente da UTI-HPSC /Coordenadora da CIHDOTT-HPSC.
9:00- A central de transplantes do estado do RGS- Dr° Cristiano Franke-Médico coordenador da Central de transplantes do Rio Grande do Sul.
9:30-Boas Práticas na doação de Órgãos “Drª Danielle Molardi Aguiar-Médica Intensivista assistente e RT da UTI-HPSC.
10:00- Diagnóstico precoce da Morte Encefálica :Onde e como”-Drº Carlos do Bem-Médico assistente da UTI-HPSC
10:30 “Cofee Break
11:00-Cuidados de Enfermagem ao potencial Doador de órgãos “Enfº Daniel Olivero ” Enfermeiro especialista em Urgência e Emergência e Terapia Intensiva assistente da UTI-HPSC .
11:30- Os desafios da manutenção do potencial doador na sala vermelha do HPSC-Dra° Jill Pereira Duarte ” Médica plantonista da emergência e UTI-HPSC
12:00- A psicologia no processo da doação de órgãos ” Marlon Leal- Psicólogo assistente do HPSC
12:30- OPO versus CIHDOTT-HPSC- Dra. Fernanda Médica coordenadora da OPO1- Enfª. Katiane Rocha ” Enfermeira da OPO 1 e Enfª Kellen Machado “Enfermeira da OPO 1 “Enfª Rosane Barros “Enfermeira OPO 1
13 :00-Encerramento