É bastante comum na busca pelo corpo perfeito, homens e mulheres se submeterem a dietas restritivas para emagrecer. Entre as principais capas de revistas e sites de beleza do país há sempre uma celebridade dizendo que perdeu peso porque deixou de comer carboidrato, por exemplo. Porém, é importante desassociar a ideia de que a alimentação equilibrada e que faz bem para o organismo impõe restrições a alguns grupos de alimentos.
O carboidrato é um nutriente presente no grupo dos alimentos energéticos, ou seja, gera a energia que o corpo precisa para funcionar bem. Com a falta desse alimento, o corpo começa a buscar caminhos alternativos para suprir essa deficiência. O problema é que a primeira opção dessa busca será retirar a energia de outros nutrientes, como as proteínas que estão no organismo para construir e regenerar os músculos dos desgastes do dia a dia. Sem o carboidrato, é possível ganhar energia com a proteína, mas a musculatura poderá ser prejudicada.
O cérebro também sofre com a falta de carboidrato. Isso porque esse nutriente estimula a energia vital do sistema nervoso central.
Aquela vontade desesperada de comer doces , por exemplo, é um sinal do cérebro alertando pela falta de carboidratos.
Se há, por alguma razão, a necessidade da retirada do carboidrato em um tratamento médico, o paciente deve ser acompanhado e monitorado pelo nutricionista e por uma equipe médica para que a saúde não seja comprometida. “Deverão ser analisados os sinais e sintomas apresentados pelo paciente durante o período de restrição, lembrando que este procedimento não pode ser por longo período de tempo, pois a carência destes nutrientes pode causar danos para o corpo”, explica o nutricionista Rômulo Timo Gomes.
Macarrão e pão são alimentos que vem à mente quando se fala em carboidrato. Mas nesse grupo alimentar também estão as frutas, como o abacate, o morango e o limão, e ainda outros vegetais como as batatas inglesa, baroa e doce, mandioca, inhame, além do arroz, carnes entre outros.
Mito ou Verdade
Carboidrato engorda” A melhor resposta é depende. “Depende de quem vai consumir, qual o tipo de carboidrato, qual quantidade, o que vem junto a esse carboidrato e o qual o horário de consumo. É importante que as pessoas saibam que temos que ter equilíbrio e qualidade no que ingerimos”, explica o nutricionista.
A tapioca, que faz parte do grupo de carboidratos e da cultura brasileira, é um alimento nutritivo. Mas se for consumido de forma inadequada, pode trazer malefícios para a saúde. “Se a pessoa consome a tapioca com manteiga, leite condensado, chocolate, requeijão, queijo… esses alimentos combinados vão gerar um pico na glicemia e na insulina facilitando a formação de gorduras e trazendo problemas para a saúde”, detalha o nutricionista. Isso quer dizer que a tapioca está fora do cardápio do brasileiro” “De jeito nenhum. Consuma uma tapioca com semente de abobora, passa o azeite extra virgem para deixar mais molhadinha. Como com uma banana prata com canela ou o ovo cozido. Escolhas saudáveis vão manter os níveis de glicemia em patamares normais trazendo equilíbrio no consumo”, esclarece.
Consumo Saudável dos Alimentos
Falar de consumo saudável é um desafio já que muitas pessoas associam às dietas restritas. Para o nutricionista adotar medidas simples no dia a dia já podem acrescentar muito a saúde e fugir de erros comuns como os citados com a tapioca. ” Consuma 5 a 6 porções de frutas ao dia, ter uma ingestão adequada de água e consuma alimentos de todos os grupos em suas quantidades necessárias. Se tiver dúvida, consulte um profissional de saúde para te ajudar”, recomenda nutricionista Rômulo Timo Gomes . Para que fique mais fácil o entendimento, o nutricionista orienta consumir mais vezes no dia aqueles alimentos que estragam, ou seja, comer comida de verdade, aquilo que podemos encontrar na natureza.
Orientação do Ministério da Saúde
O Guia Alimentar para a População Brasileira é uma publicação do Ministério da Saúde que ajuda a orientar as famílias a optarem por refeições caseiras e evitarem a alimentação fast food. Entre as dicas práticas para uma Alimentação Adequada e Saudável estão:
– Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
– Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
– Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
– Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
– Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora;
– Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Para entender a diferença entre alimentos in natura (naturais), minimamente processados e ultraprocessados, citados Guia Alimentar, confira alguns exemplos:
Alimentos in natura: Banana, tomate, abóbora batata e caju.
Minimamente Processados: Feijão, arroz, farinha de mandioca, sucos de caju, carnes e pescados frescos.
Alimentos Processados: Carne seca, pães feitos farinha de trigo, queijos, frutas cristalizadas.
Ultraprocessados: Biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo e cereais açucarados.