“Com a vacinação e informações qualificadas no pré-natal, conseguimos eliminar o tétano neonatal. A vacina protege a mãe e o bebê mas, além disso, é preciso ter um cuidado com a limpeza do umbigo também”, explica a Coordenadora-Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Maria Esther Vilela.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, para gestantes, duas vacinas contra tétano. A dupla-adulto, que protege contra difteria e tétano, tem o esquema vacinal de três doses, de acordo com o histórico de proteção. Já a dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular) deve ser administrada a cada nova gestação, a partir da 20ª semana de gravidez. Além disso, o SUS oferta para gestantes a vacina contra hepatite B.
“A eliminação do tétano materno e neonatal comprova mais uma vez que as vacinas salvam a vida de incontáveis mães e bebês”, avalia Carissa Etienne, Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). O último país a declarar a eliminação da doença na região foi o Haiti.
O tétano materno e neonatal é a sexta doença eliminada nas américas por conta da vacinação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou que as Américas eliminaram a varíola, a poliomielite, a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. No ano passado, o sarampo também entrou para lista de patologias que podem ser prevenidas com imunização eliminadas no continente americano.
Pré-natal
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, a doença matou cerca de 34 mil recém-nascidos em todo o mundo, uma redução de 96% em relação ao ano de 1998, quando 787 mil crianças morreram por causa da infecção em seu primeiro mês de vida. O Brasil registrou a última morte pela doença em 2012. Para que a doença não volte a circular no País, o Ministério da Saúde investe na prevenção, com a realização do pré-natal.
“Aqui no Brasil, em média, as mulheres fazem quatro ou mais consultas durante a gravidez, o que ajudou na eliminação”, avalia a coordenadora de Saúde da Mulher. Com visitas frequentes ao posto de saúde, é possível monitorar o crescimento da barriga e as alterações de pressão da gestante, atualizar a situação vacinal, entre outras medidas que asseguram uma gravidez saudável.
Cuidados com o coto Umbilical
O tétano neonatal pode ocorrer por quatro motivos: infecção do coto umbilical não cicatrizado do recém-nascido pela bactéria Clostridium tetani, sobretudo quando o instrumento usado para cortar o cordão umbilical não está esterilizado; nascimento do bebê sobre uma superfície contaminada; falta de higiene das mãos da pessoa que realiza o parto; ou por alguns hábitos culturais de cuidados com o coto umbilical contribuem para os casos de tétano.
“Antigamente, tinha-se a prática de colocar pó de fumo, pó de café, pena de galinha preta, ervas secas, entre outras práticas para curar o umbigo do bebê. Esse tratamento é que levava ao tétano. Por isso, são importantes as informações do pré-natal”, destaca Vilela.
As infecções são evitadas com a adoção de boas práticas de higiene durante o parto e os cuidados pós-parto, além disso, a imunização das gestantes.
O cuidado com coto umbilical é fundamental para a saúde do bebê, reforça o coordenador de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Sérgio Nishioka. “Um curativo bem feito, sem contaminação, com higiene não vai transmitir tétano. A vacina é importante justamente porque não serão 100% das pessoas que farão esses cuidados de forma adequada”, alerta.
Mantendo a eliminação
” Manter as vacinas em dia;
” Realizar o pré-natal e adotar os cuidados necessários no pós-parto;
” Adotar cuidados com o cordão umbilical
Nishioka destaca, ainda, que a vacina é a melhor forma de prevenção e alerta que é importante que as pessoas se vacinem contra o tétano mesmo na fase adulta. “O reforço ideal é a cada 10 anos, para que você garanta que todo mundo tenha uma imunidade protetora ao longo da vida”, esclarece. Essa proteção está disponível gratuitamente no (SUS). São oferecidas à população 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
Apesar da boa notícia, o coordenador de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde destaca que o tétano nunca será erradicado, pois se trata de uma bactéria. “A doença está eliminada, mas em se tratando do tétano se considera a eliminação como problema de saúde pública, pois atingimos um nível tão baixo de casos que isso é considerado aceitável”.
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