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Nesta quinta-feira (28) é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, doença grave que atinge o fígado e pode se tornar crônica sem o tratamento adequado. De acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (MS) existem cerca de 23 mil pessoas em tratamento das hepatites tipo B e C em todo país.
As hepatites virais são temas rotineiros nas pautas do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e já foram tratadas duas vezes nas reuniões ordinárias do Pleno em 2011. Para o representante do Movimento Nacional de Luta Contra as hepatites Virais (MBHV) no Conselho, Júlio César Figueiredo, duas vitórias importantes foram alcançadas em 2011. “A primeira foi a instalação dos testes rápidos de Hepatites B e C, que agiliza o diagnóstico e o acesso fica facilitado para o tratamento da doença logo no estágio inicial. E a segunda foi a atualização do protocolo de tratamento da hepatite C, que ampliou o acesso ao medicamento interferon peguilado”, apontou.
O novo protocolo para o tratamento de Hepatite C passou a valer a partir do dia 18 de julho. Além de ampliar o uso de interferon peguilado, a medida também traz mais qualidade de vida e comodidade para o paciente, já que o medicamento deve ser utilizado uma vez por semana. O interferon convencional é utilizado três vezes por semana. A atualização do protocolo facilita ainda o acesso ao tratamento em alguns casos de pacientes que não irão necessitar de biópsia prévia no futuro.
Segundo o conselheiro nacional, um dos desafios atuais para controle da doença é a implantação de uma Rede de Assistência à Saúde Ampliada, que garanta a realização de exames complementares como biopsia hepática e biologia molecular, e efetive o acesso ao tratamento. “O Brasil também pode dar exemplo para o mundo, assim como aconteceu com a AIDS a partir dessa proposta de rede de assistência. Já estamos caminhando para isso com a ampliação de acesso a medicamentos”, avaliou Figueiredo.
De acordo com dados do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a hepatite B é a que possui mais casos confirmados no país. Em 2009, foram registradas mais de 14.500 pessoas com manifestações da doença. A hepatite A, benigna e com sintomas mais conhecidos pela população como olhos amarelados, enjôo e vômitos, registrou no mesmo ano pouca mais de 10 mil casos. Já a tipo C reuniu em torno de 9.700 casos no mesmo ano e teve predomínio em adultos acima de 30 anos. A hepatite D contabilizou 300 casos com destaque para os estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cinco medicamentos para o tratamento da hepatite B: interferon, ribavirina, tenofovir, entecavir e adefovir. Para a hepatite C, existem dois medicamentos disponíveis: interferon e ribavirina.
Saiba Mais
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e podem ser causadas por vírus (A, B, C, D e E) ou por reações do corpo a substâncias como o álcool ou remédios. Muitas pessoas só percebem que estão doentes (principalmente com os tipos B e C) quando as manifestações já são graves, como cirrose ou câncer de fígado.
A hepatite C é a primeira causa de transplante de fígado no mundo. A progressão da hepatite C até cirrose hepática ocorre entre 20 e 30 anos de evolução da doença. Para se prevenir dos tipos A e E são necessárias condições de saneamento básico e higiene. No caso das hepatites B, C e D, deve-se usar camisinha nas relações sexuais.
Outras medidas de prevenção são: uso de materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings; não compartilhamento de instrumentos de manicure e pedicure, agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas e pipadas, como o crack.
Diagnóstico precoce e vacinação
A partir de agosto, o Sistema Único de Saúde (SUS) passa a oferecer testes rápidos para a detecção das hepatites B e C. Os exames terão resultados em 30 minutos e vão estar disponíveis nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das capitais do país, para depois serem estendidos às unidades básicas de saúde de todos os estados e municípios. O investimento do MS será de R$ 10,6 milhões.
Além dos testes, o SUS oferece vacinas contra a hepatite B para população de 0 a 24 anos de idade e para grupos vulneráveis, sem limite de faixa etária, como gestantes, manicures, caminhoneiros, bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários, doadores de sangue, coletadores de lixo domiciliar e hospitalar.
Segundo o Ministério, a faixa etária será ampliada também para os jovens de 25 a 29 anos em 2012.
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