O presidente do CREMERS, Fernando Matos, voltou a manifestar preocupação com o atendimento às vítimas de acidentes nas estradas que ligam Porto Alegre ao litoral norte. Amparado por relatórios da primeira etapa da Operação Férias com Saúde deflagrada pelo CREMERS, Matos critica a falta de estrutura adequada em alguns hospitais e o serviço de ambulância no socorro aos acidentados.
Na RS-040, a Univias – concessionária responsável pela estrada – mantém apenas uma unidade móvel, com o agravante, conforme destaca o presidente do CREMERS, de não ter uma equipe médica para prestar assistência.
Matos lamenta o cancelamento da Operação Gaivota (convênio entre o governo do Estado e a Unimed). Eram disponibilizadas duas ambulâncias muito bem equipadas e equipes médicas que atendiam Osório, Capão da Canoa, Torres e Xangri-Lá.
– Sem a Operação Gaivota, o serviço é feito unicamente pelas unidades do Samu. Essas ambulâncias precisam atender ocorrências nos municípios da região do litoral, o que acaba repercutindo no atendimento de acidentes nas estradas. O atendimento, portanto, pode não acontecer com a presteza necessária -, alerta.
Sobre os hospitais, Fernando Matos frisa que a equipe de fiscalização do CREMERS constatou inúmeros problemas, entre eles os seguintes: escalas médicas incompletas, ausência de especialidades como traumatologia, pediatria, anestesia e neurologia, além de falta de banco de sangue. Foram vistoriados sete hospitais, em Torres, Capão da Canoa, Tramandaí, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Gravataí e Viamão.
No hospital de Santo Antônio da Patrulha a equipe do CREMERS foi impedida de ter acesso a determinadas áreas. Matos afirmou que a fiscalização será concluída no local, mesmo que seja necessário mandato judicial ou presença policial. O hospital de Gravataí foi o que apresentou melhor estrutura, inclusive na área da traumatologia.
Matos enfatizou que ficou constatada nesse trabalho “a inércia do governo estadual em investimentos na área da saúde nas cidades litorâneas”. Ele frisou que “se fora da temporada de veraneio o atendimento já é precário, nesta época piora muito”. Matos prometeu manter a fiscalização durante todo o ano nessa região. “Alguém tem que cobrar e revelar à população que existe um gestor responsável. Nós do CREMERS, o órgão fiscalizador da medicina, estávamos também parados observando. Não estamos mais”, garantiu.
Matos disse, ainda, que o intuito do CREMERS com a Operação Veraneio – Férias com Saúde – é conhecer as deficiências de atendimento para poder atuar junto ao Estado e aos municípios para adequar as condições de hospitais e postos. Assim, o atendimento seria garantido não apenas no verão durante a temporada de férias, mas também no inverno, voltado aos moradores do litoral.
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