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Cuidados e observação às carências da pessoa idosa salva vidas

Tema foi apresentado durante Ciclo de Palestras AMRIGS

O Ciclo de Palestras AMRIGS realizou sua quarta edição focando no mês da pessoa idosa e abordando a qualidade de vida durante o envelhecimento e os cuidados para prevenir a depressão, suicídio e Alzheimer. O evento ocorreu de forma online na terça-feira (15/09).

O psiquiatra Eduardo Hostyn Sabbi, Presidente da ABRAz Regional RS e diretor-proprietário da Vitalis Morada Sênior, interligou questões sobre a importância do bem-estar durante o envelhecimento, Setembro Amarelo e a atenção especial aos detalhes que a pessoa idosa necessita. Segundo o médico, é fundamental o cuidado na identificação da depressão nessa faixa etária, sendo uma condição que afeta cerca de 15% dos idosos, porém, com apenas um quarto recebendo o tratamento adequado.

“Um dos fatores comuns na quantidade de pessoas sem um acompanhamento é a ausência de diagnóstico, até por conta de alguns preconceitos de achar comum o idoso ter mais tristeza, irritabilidade e ter mais dores. Outro aspecto é o desconhecimento sobre a depressão, muitas vezes interpretada apenas como extrema tristeza, ao invés de atentar para aspectos como desmotivação, desinteresse, recorrência de ideias negativas e distúrbios de sono”, explica.

Além da importância de promover qualidade de vida e conforto durante o envelhecimento, deve-se observar que a depressão é o transtorno mental potencialmente tratável mais comum na idade avançada e precisa ser observada com suas particularidades para não progredir a quadros mais trágicos.

“É preciso entender o idoso em toda sua complexidade, desde o passado e as coisas que aconteceram com ele, passando pelas vivências e situações que enfrenta no seu cotidiano e, também, o que acontecerá com ele, suas expectativas e preocupações referentes ao futuro. Cerca de 70% dos idosos que cometem suicídio partilham suas intenções com um membro da família ou outros indivíduos antes de fazer, por isso devemos ter cuidados com mitos de quem fala, não faz, pois muitas vezes é um sinal de alerta do que pode vir”, sublinha.

A depressão é identificada como uma doença com recorrência durante o pré-diagnóstico de casos de Alzheimer e também como um fator de risco. O geriatra João Senger, especialista em Geriatria e Nutrologia pela AMB, com Pós Graduação em Geriatria, Mestre em Saúde Coletiva e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/Secção RS, ratifica essa ideia e aponta que se trata de uma enfermidade que tem seu princípio com 15 a 20 anos antes de seu reconhecimento.

“Quando nós atingimos o diagnóstico, já houve uma queda da função neuronal. Temos a dificuldade de tentar antecipar essa condição e entender o quanto antes tais problemas, pois ao saber, o declínio de capacidade mental é considerável. Nosso grande desafio é descobrir quais pacientes podem desenvolver essas características no intuito de evitar essa perda progressiva”, aponta.

Para identificação e cuidados da pessoa idosa com essa condição, é preponderante ter atenção aos detalhes particulares de cada indivíduo. Estima-se que 70% dos idosos se queixam em relação a memória e, por mais que seja uma situação frequente, é necessário distinguir o que é comum do que é um sintoma de Alzheimer.

“Um fator importante é observar se as coisas são normais do paciente. Se ele sempre teve aquilo e se é uma característica dele. Outro detalhe é não confundir a demência com a desatenção. Existem pontos chaves como: a natureza do esquecimento tal qual esquecer de uma parte de um evento e não da existência dele; dinâmica evolutiva identificando se sempre foi assim ou não; outras alterações cognitivas como a execução de atividades recorrentes do seu cotidiano e o grau de dependência do paciente”, define.

A atividade teve mediação do psiquiatra, Mestre e Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Eduardo Daura. O evento ocorreu de forma gratuita e transmitida online com audiência de mais de cem pessoas.

Fonte: Ascom AMRIGS

Foto: Reprodução de imagem

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