Dia Mundial do Autismo é lembrado neste sábado

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Dia Mundial do Autismo é lembrado neste sábado

Criado pela ONU, o 2 de abril é marcado como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo para que as cerca de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo possam viver sem o olhar constante do preconceito por falta de informação.
O acolhimento das famílias pelas políticas públicas voltadas às pessoas com autismo foi a tônica da audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do Senado Federal, na última quinta-feira (31). O evento foi organizado para marcar a passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que será lembrado neste sábado, 2 de abril.
Na audiência, o pleito uniu pais, terapeutas, ativistas e agentes públicos que militam em torno da causa, incluindo o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS).
– Nunca vou esquecer o dia em que, junto com a Berenice Piana [mãe de autista e idealizadora da Lei 12.764/2012 ” Lei de Proteção do Autista], construímos uma proposta que virou lei. Temos de cobrar sua implantação cada vez com mais veemência ” assinalou Paim, que também foi o autor do projeto que resultou no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).
A percepção da necessidade de apoio às famílias, e não apenas aos autistas, sempre norteou a atuação da psicóloga Joanicele Brito, coordenadora do projeto Autismo e Família. A prática no atendimento domiciliar a fez perceber o desgaste físico e emocional familiar, que acabava prejudicando o trabalho realizado com o paciente.
– O projeto surgiu na tentativa de manter a serenidade da família e equilibrar o ambiente para a criança se desenvolver melhor ” resumiu Joanicele.
Quem compartilha do mesmo sentimento é o ativista Vinicius Mariano, pai de autista e integrante do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab).
– Penso que não se consegue alcançar a criança se não se pensar em sua família. Esse é o princípio para ter uma política pública eficiente ” afirmou ele.
Casos graves
A mãe de autista e presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal (AMA-DF), Marisa Cordeiro, fez um apelo em favor dos “autistas invisíveis, pessoas que estão enjauladas, amarradas ou drogadas até babar para não dar trabalho”.
– Não existe política pública para atender pessoas com transtorno severo de autismo. O Estado está ausente para tratar de autistas graves ” denunciou.
Apesar de assinalar avanços na assistência terapêutica aos autistas, a coordenadora-geral de Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Vera Mendes, admitiu a lacuna no atendimento público aos pacientes adultos, especialmente aqueles com quadro mais grave.
– É preciso criar estratégias para acolher essas pessoas e suas famílias, que estão muito sozinhas. A sociedade às vezes encara as pessoas com deficiência como vidas não válidas. Temos de travar uma luta eterna para que a nação de fato respeite a diferença e veja as pessoas com deficiência como cidadãs. E o movimento social é absolutamente responsável por esses avanços – reconheceu Vera Mendes.

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