Em formato virtual, II CDU AMRIGS debateu o contexto atual da profissão e a importância de uma formação para além do currículo médico
Assim como para toda a humanidade, o ano de 2020 e a pandemia da COVID-19 alteraram a rotina e cronograma dos estudantes de Medicina, que precisaram paralisar estágios e aulas durante boa parte do ano letivo. Pensando nestes desafios, o Departamento Universitário (DU) da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) promoveu, durante todo o sábado (05/12), o II CDU AMRIGS, um congresso em formato online dedicado a auxiliar os acadêmicos e provocar reflexões nos futuros médicos sobre áreas como Telemedicina, Gestão de Consultório, Médicos Sem Fronteiras, Currículo Médico e Medicina Familiar.
“Nós temos de nos orgulhar de estarmos realizando o Congresso em um ano tão atípico e repleto de dificuldades. A carreira médica e ser acadêmico de medicina não são fáceis, mas neste ano foi ainda mais difícil. A palavra que resume bem é resiliência e queria enaltecer isto em todos nós. O resultado disto é a realização deste Congresso e a boa aprovação dos alunos que participaram”, afirmou a presidente do DU da AMRIGS, Kathrine Meier.
O encontro, realizado pela plataforma Sympla Streaming, iniciou na manhã de sábado, com a participação do presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr., o presidente do Conselho de Representantes da Associação, Mauro Sparta, que reiteraram a importância do evento em meio a todas as dificuldades da COVID-19, além da presidente do DU, Kathrine Meier.
No primeiro tema do dia, “Medicina da Família Além da UBS”, o presidente da Associação Gaúcha de Família e Comunidade e médico de família, João Henrique Godinho Kolling, explicou as peculiaridades do profissional de saúde de família e os diferenciais desta especialidade.
“Quando eu atendo uma mesma família é possível compreender um padrão de enfermidades, identificar com quem posso contar na assistência ao paciente naquele grupo e me tornar numa referência para eles. O médico de família é um clínico qualificado e tem sua atenção influenciada pelo padrão epidemiológico do local. Nesta pandemia, por exemplo, os médicos vêm atuando na linha de frente, atendendo por telefone. Já é possível identificar que os indicadores de saúde sobem onde o sistema de saúde está atrelado à assistência primária”, salientou.
Tratando sobre a Telemedicina, o médico cardiologista e diretor de Inovação na Telemedicina Cardiológica (TME), Paulo Miranda, analisou a forma como as ferramentas digitais estão se incorporando às qualidades físicas. “Tudo que é técnico e automático, as máquinas fazem melhor. Nós temos de focar no que de fato somos bons: sermos médicos e humanos. A telemedicina é mais uma camada de cuidado na relação entre médico e paciente”, ponderou. “A saúde será cada vez mais preventiva, precisa e com monitoramento de 24h por dia”, acrescentou.
Com diversas experiências em missões de saúde no Iraque, no Haiti, no Sudão e no Paquistão, a cirurgiã geral e do trauma, Maria Fernanda Detanico, apresentou seu trabalho nos Médicos Sem Fronteiras e como o profissional precisa “ter jogo de cintura” para se adaptar a situação de cada local em que está atuando. “Não se escolhe quem se atenderá ou deixará de atender. Muitas vezes, na sala de cirurgia, cada profissional fala um idioma e ali temos de falar uma língua só, a da medicina e ser o mais claro possível”.
O presidente da Asociación Latinoamericana de Derecho Médico (ASOLADEME), Jorge Luiz Fregapene, realizou uma apresentação institucional da entidade, criada na Costa Rica, em 2016, e consolidada no Brasil neste ano. “Nosso objetivo é a segurança e a atenção do paciente”, disse. Na sequência, o presidente da Associação dos Médicos Residentes, Vinicius Miola, mostrou o trabalho feito pela AMERERS, que está à disposição para auxiliar os residentes.
Dentro dos temas que vislumbram o futuro da carreira dos estudantes, o médico do trabalho e perito judicial, Ricardo Presotto, comandou o painel “Gestão de Consultório”, onde alertou as necessidades de se ampliar os conceitos de administração dentro do currículo. “É fundamental identificar o momento certo de abrir um consultório, saber utilizar de marketing e suas ferramentas. Precisamos planejar nossas carreiras, sempre se atualizar e valorizar cada vez mais o tempo com a família (…) gestão de consultório é coisa de médico sim”.
Após, a gerente médica do Hospital Moinhos de Ventos, Gisele Bastos, chamou atenção para a Geração de Valor em Saúde, que vem sendo estabelecida nos Estados Unidos e na Europa. “Existem momentos que os valores que nós vemos não são os mesmos dos pacientes. É preciso entender e se colocar no lugar do outro. A palavra é empatia. Tenho que me preocupar também com o que importa para o paciente, o que ele deseja ouvir”, verificou.
Encerrando o período da manhã, o médico ortopedista Carlos Galia, enumerou os cuidados a se ter na hora de aplicar exames de imagem, e a advogada Franciele Corte Batista, orientou os estudantes sobre as responsabilidades legais dos profissionais médicos na relação com o paciente.
No turno da tarde, mesclando temas relevantes para a atuação médica prática e de gestão, o evento abordou assuntos como Medicina Personalizada, com o médico Pedro Schestatsky, o marketing médico, com o especialista Vitor Jaci e o Manual da UTI, com a médica Roselaine de Oliveira.
Um painel também foi reservado para a Prova AMB/AMRIGS, com o coordenador da avaliação, Antônio Carlos Weston, que apresentou as principais informações e reiterou a importância de um bom desempenho. Entre as palestras noturnas, a médica geriatra Roberta Dalla Corte falou sobre “Prevenção com a morte: até onde ir?”.
Fonte: Vitor Figueiró
Fotos: Reprodução de imagem
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