Livro traz experiências exitosas na prevenção à Aids

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Livro traz experiências exitosas na prevenção à Aids

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) lançou nesta terça-feira (07) o livro “Compartilhando Êxitos”, obra que dá visibilidade às experiências exitosas dos 15 municípios considerados prioritários no enfrentamento da epidemia de HIV/Aids no RS. Juntas, essas cidades concentram 64% dos casos de Aids no Estado. Também são abordadas na publicação as ações implementadas visando a superar os desafios atuais e futuros no enfrentamento e prevenção do agravo. O evento de lançamento aconteceu no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O livro está disponível para download no site
A obra é fruto do trabalho da Cooperação Interfederativa, criadas há três anos no Estado por meio de um acordo celebrado entre o Ministério da Saúde, Secretaria Estadual da Saúde e Secretarias Municipais de Saúde. Foram elencados 15 municípios prioritários para que as ações fossem desenvolvidas: Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Guaíba, Esteio, Gravataí, Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande, Uruguaiana e Santana do Livramento. Com essas cidades, foi pactuada a meta 90-90-90, que até 2020 projeta ter 90% das pessoas vivendo com HIV sabendo que têm o vírus, 90% destas recebendo tratamento antirretroviral e 90% das pessoas em tratamento tendo carga viral indetectável. Isso permite a garantia de qualidade de vida ao portador e a redução do risco de transmissão do vírus.
Dados de 2015 indicam que, no Rio Grande do Sul, havia cerca de 90 mil pessoas vivendo com HIV/Aids. Dessas, 83% tiveram o diagnóstico estabelecido, sendo que 92% dos diagnosticados foram vinculados a um serviço de saúde. Dos diagnosticados, 77% aderiram ao tratamento. Dos 64% de usuários que possuem diagnóstico e se encontram em terapia antirretroviral, 56% atingiram a supressão da carga viral.
No evento de lançamento da obra, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, salientou a “liderança indesejada” do RS nos números de Aids. “Estamos ainda longe de alcançar nossos objetivos pactuados, mas estamos no caminho, com um grande trabalho pela frente”, disse.
  
Dados epidemiológicos no RS
A taxa de incidência de Aids no Rio Grande do Sul vem apresentando redução progressiva, passando de 43,1 novos casos por 100 mil habitantes em 2012 para uma taxa de 34,7 em 2015. Porém, o RS ainda é o estado com a maior taxa de incidência no Brasil.
Há, também, a tendência de queda da taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos no RS. O dado tem sido utilizado como indicador para monitorar a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV, sendo que o RS apresentou uma redução de 59%, passando de 13,2 para 5,2 por 100 mil habitantes, entre os anos de 2003 a 2015. No Brasil, esta taxa passou de 5,6 para 2,5/100 mil habitantes, no mesmo período.
Já a taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando tendência de aumento, sendo de 2,1 casos para cada mil nascidos vivos em 2006, passando para 2,7 em 2015. O RS ocupa o 1º lugar no ranking dos estados com a maior taxa de detecção de HIV em gestantes desde 2000, atingindo seu ápice em 2015, com 10,1 por mil nascidos vivos.
 
Ações nos municípios
O compilado apresenta a narrativa de experiências do cotidiano referentes às ações estratégicas de enfrentamento da epidemia, realizadas pelos municípios.
A cidade de Alvorada apresenta sua experiência com familiares e cuidadores de crianças e adolescentes vivendo com HIV/Aids, por intermédio de oficinas realizadas pelo serviço de atendimento especializado. Mostra a sua contribuição para a melhoria das iniquidades e empoderamento dos responsáveis.
Em Cachoeirinha, pode-se encontrar o relato da implantação do atendimento da profilaxia pós-exposição sexual como medida de prevenção que consiste no uso de medicamentos em até 72 horas após a relação sexual, para reduzir o risco de transmissão do HIV.
No município de Canoas, encontra-se o relato da implantação do cuidado das pessoas vivendo com HIV/Aids entre a rede de atenção básica e o serviço de atendimento especializado. Mostra os passos da construção coletiva da experiência desde o conselho municipal de saúde até a equipe da unidades de saúde da atenção básica.
Na Serra gaúcha, em Caxias do Sul, há o relato do serviço de atendimento especializado para melhorar o acompanhamento das pessoas que não mantinham uma vinculação efetiva com a equipe de saúde, por intermédio da mudança no processo de trabalho do serviço.
O serviço de atendimento especializado da cidade de Esteio descreve como reestruturou suas atividades para melhorar o compartilhamento do cuidado com a rede de atenção básica.
A integração dos serviços de atendimento em IST/Aids, hepatites virais e tuberculose foi o relato das mudanças ocorridas na reorganização na rede no município de Gravataí.
Na cidade de Guaíba, temos o relato da criação do “dia da saúde ” dia de todos” que integra as equipes da rede de atenção básica com aquelas do serviço de atendimento especializado em uma atividade mensal junto à comunidade.
Da fronteira com o Uruguai, Santana do Livramento apresenta o projeto para controle da transmissão vertical do HIV, que envolvem diversos atores, como os serviços municipais de saúde, coordenadoria regional de saúde da SES/RS, hospital e conselho tutelar.
A descentralização da testagem para HIV e sífilis é o relato de Novo Hamburgo, com a capacitação das equipes e inicio da testagem na rede de atenção básica.
A capital gaúcha, Porto Alegre, mostra a experiência na abordagem estratégica junto à população jovem com a ação “Fique sabendo Jovem”, chegando nas comunidades e oferecendo informação, testagem e qualificação do cuidado.
No município de São Leopoldo, o serviço de atendimento especializado descreve sua experiência para melhorar a adesão ao tratamento antirretroviral com ações junto ao hospital da cidade e articulação com a rede local.
O comitê de investigação da transmissão vertical do HIV e Sífilis da cidade de Uruguaiana mostra sua articulação e ações na rede de saúde.
Inovação é a marca de Viamão, com propostas marcantes junto à população e articulada com a rede de atenção. Mostra a experiência de ações educativas interativas e lúdicas com forte impacto junto aos participantes.
Integração é a marca da experiência da cidade do Rio Grande. Apresentam a lógica de atuação da unidade básica de saúde junto ao Presídio Estadual no município, em parceria com a Superintendência de Serviços Penitenciários da Secretaria de Segurança Pública e o Hospital Universitário.

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