O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu oficialmente o cargo na segunda-feira (3), com o compromisso de articular uma carreira para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). “Precisamos garantir a fixação e formação permanente dos profissionais médicos. Acredito que todas as medidas que nós possamos discutir que garantam a valorização dos profissionais e que ajudem e contribuam para fixação nos cantos que este país precisa, seja nas periferias das regiões metropolitanas, seja nas regiões mais longínquas do interior, nós temos que discutir todas as medidas possíveis”.
Inclusive Padilha elogiou o trabalho concluído na gestão do ex-ministro José Gomes Temporão sobre a “carreira especial para fixação de profissionais de saúde em áreas de difícil acesso e/ou provimento no âmbito do SUS”. (Saiba mais)
Participaram da cerimônia, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Avila, o 2º secretário, Gerson Martins, e os conselheiros, André Longo e Ivan Moura Fé. Também estiveram presentes os presidentes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Associação Médica Brasileira (AMB), Cid Carvalhaes e José Luiz Gomes do Amaral.
Padilha reconheceu que a área da saúde tem “desafios enormes” para serem cumpridos durante os próximos quatro anos. Ele afirmou que não se constrói mudanças “sem que os usuários, os profissionais e os gestores se sintam parte deste processo”.
Outro ponto abordado pelo novo ministro foi a regulamentação da Emenda Constitucional 29, considerada por ele, o momento político ideal para sua aprovação. “Este novo governo tem grandes expectativas com a saúde. Não podemos depender da boa vontade dos governos que assumem. Precisamos de regras claras de financiamento e que fique claro o volume de recursos e financiamento. A sociedade só nos dará mais recursos depois de perceber que seremos transparentes e com metas claras”, declarou.
Prioridades – O ex-ministro de Relações Institucionais do governo Lula afirmou que é uma “obsessão” da sua pasta será diminuir a filas e a espera para os usuários do SUS, além de um acolhimento de qualidade. “Tem de ser uma obsessão nossa diminuir a fila, a demora, a espera para o atendimento. As dificuldades para alcançar essa meta não nos permitem tirar isso do centro do nosso trabalho. Eu acredito que está na hora de termos um mapa nacional das necessidades, com equipamentos ofertados por nós. Esse é um desafio que eu quero assumir”, disse.
Segundo ele, ao ser convidado por Dilma Rousseff para a pasta, a presidente pediu melhorias no atendimento à saúde da mulher e da criança, e que o ministério disponibilizasse o mais rápido possível a gratuidade dos medicamentos para diabéticos e hipertensos. Também foi solicitado um cuidado especial e prioritário para a instalação das Unidades de Pronto Atendimento no Brasil. “É só ouvir o discurso de posse da Dilma. Nunca num discurso oficial houve tamanho compromisso com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, afirmou Padilha.
Entre as prioridades está também o compromisso de políticas de prevenção, tratamento e reabilitação de mulheres com câncer de mama e colo uterino. O combate à dengue também está entre as prioridades do novo ministro, a pedido de Dilma Rousseff.
Biografia – Alexandre Rocha Santos Padilha é médico formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-graduado em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Esteve à frente da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República no governo de Luis Inácio Lula da Silva. Antes de ser nomeado para o cargo, ocupava a Subchefia de Assuntos Federativos da pasta.
A trajetória de Padilha inclui cargos na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), onde exerceu o papel de diretor de Saúde Indígena. No período entre 2001 e 2003, coordenou projetos do Ministério da Saúde ligados ao combate da malária em povos indígenas do Pará e de cooperação entre o Brasil e o Suriname para o efetivo controle da doença.
Confira aqui a íntegra do discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.