Operação ortopédica em idoso exige avaliação de risco

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Operação ortopédica em idoso exige avaliação de risco

O crescente número de idosos que sofrem fraturas, as quais tornam urgente uma solução cirúrgica, levou a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) a publicar um alerta sobre a necessidade de uma avaliação correta de riscos antes de por o idoso numa mesa cirúrgica.

O documento, assinado pelo professor Luiz Eugenio Garcez Leme, geriatra do Departamento de Ortopedia da USP, informa que é cada vez mais frequente a chegada aos hospitais de idosos que sofreram fraturas decorrentes de osteoporose ou de traumas, como acidentes automobilísticos, e que precisam de cirurgias ortopédicas de grande porte. Para reduzir os riscos inclusive de morte na primeira semana após a operação, período crítico, o especialista diz que é vital avaliar a capacidade física do paciente, sua condição cardíaca e se valer da atenção coordenada da equipe clínica/geriátrica, ortopédica, anestésica, intensivista, entre outras, pois o atendimento do idoso que necessita de uma operação é necessariamente multidisciplinar.

O artigo que se constitui numa revisão sobre o tema foi incluído no último número da Revista Brasileira de Ortopedia e o presidente da SBOT, Osvandré Lech, lembra que operações complexas em idosos deixaram de ser uma eventualidade para se tornar rotina no Brasil, “à medida que a melhoria das condições econômicas da população e o avanço da Medicina passou a se refletir na expectativa de vida, que se prolonga cada vez mais”.

Osvandré insiste, porém, que o ideal não é apenas prolongar a vida, mas conseguir que os anos a mais que cada pessoa pode viver sejam usufruídos com grande qualidade de vida, e isso é missão dos médicos.  

No trabalho recém-publicado, a equipe de autores que, além do professor Garcez inclui Maria do Carmo Sittas, Manuella Toledo e Simone da Silva Henriques, afirma que não é possível eliminar totalmente o risco de uma cirurgia, principalmente numa pessoa de mais idade, mas a correta avaliação antes da intervenção evita que “se atire no escuro”, diminui o risco e aumenta a possibilidade de sobrevida.

As escalas de avaliação de risco que integram o artigo funcionam como verdadeiro “vade mecum” para o cirurgião, principalmente a Escala da ‘American Society of Anesthesiology’.

Entre os riscos listados, há os da pele, por exemplo, relacionado à capacidade de cicatrização do idoso; o risco geral, de sensibilidade maior que a esperada em relação à toxicidade de drogas; o risco cardíaco, centrado na hipotensão e distúrbios de condução; o risco pulmonar, que envolve a possibilidade de infecções como a pneumonia; o risco renal, pois pode haver insuficiência renal mascarada; e o risco endócrino, de que é exemplo e hiperglicemia de sobrecarga; e até o mesmo o risco de retenção urinária por hiperplasia da próstata, muito comum em homens idosos.

As complicações mortais mais frequentes no pós-operatório, entretanto, são de origem cardíaca, infarto do miocárdio, descompensação de insuficiência cardíaca, alterações de pressão e arritmias e por isso os autores incluíram no trabalho a “Escala de Detsky”, modificada, que permite uma avaliação cardíaca baseado na história clínica e no eletrocardiograma.

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