Porto Alegre realiza seminário sobre estratégias de combate à dengue

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Porto Alegre realiza seminário sobre estratégias de combate à dengue

A médica Kátia Crestine Poças, representante do Ministério da Saúde, em seminário sobre estratégias de combate à dengue, realizado hoje, 18, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre, salientou que dengue é uma questão de todos, prefeituras, população e organizações sociais. Ratificou que a batalha tem que ser diária para evitar os novos criadouros. Até 16 de outubro, o Brasil contabilizava 936.260 casos de dengue, com a entrada de um novo soropositivo. (vídeo)

A SMS reuniu técnicos do estado e da união para debater estratégias que a cidade deve adotar para prevenir novos casos e controlar os focos do mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti. Neste ano, pela primeira vez, após 10 anos de controle da doença, foram identificados 17 casos autóctones em Porto Alegre. Foram registrados entre 1º de maio e 20 de agosto, em oito bairros: Jardim Carvalho (sete casos), Protásio Alves (quatro casos), Sarandi, Navegantes, Santa Teresa, Rubem Berta, Aparício Borges e Arquipélago (um caso cada).

O seminário foi realizado no Hotel Continental (largo Vespasiano Veppo, 77). O secretário municipal de Saúde em exercício, Marcelo Bósio, salientou que, com os primeiros casos de dengue, o cenário mudou. “Temos que nos preparar para evitar a epidemia neste verão. Por isso, é importante esse encontro que dará o conhecimento das experiências de uma cidade gaúcha como Ijui, que enfrentou uma epidemia de dengue”. Bósio destacou que a SMS não mede esforços para evitar a doença. “O trabalho tem sido um sucesso: mesmo com a circulação do mosquito, conseguimos por 10 anos evitar a entrada da doença. Outro ponto positivo foi que a estratégia utilizada mostrou-se eficaz no controle do vetor, garantindo que os casos ficassem restritos a poucos bairros”, concluiu.

O representante da Vigilância em Saúde de Ijui, Adriano Lorenzoni, falou da dificuldade de organizar a nova rotina com a entrada da doença. “A dengue era uma doença nova, logo demoramos para diagnosticar os primeiros casos, que devem ter ocorrido na metade de janeiro. Começamos com o problema em três bairros e no final da primeira semana já estavamos com 28 locais com o mosquito infectado”, relatou. Ijuí teve quase 4 mil casos de dengue neste ano, O médico-veterinário anunciou que hoje a estratégia é aumentar a conscientização da população para evitar os criadouros. Destacou que foi realizado um mutirão de limpeza na cidade e recolhidas 400 tonelas de resíduos de criadouros do mosquito.

Índice – A coordenadora do Programa de Prevenção à Dengue, Maria Mercedes Bendati, anunciou o resultado do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Liraa), realizado entre 18 e 22 de outubro. O Liraa é metodologia empregada desde 2003 por recomendação do Ministério da Saúde para a determinação do Índice de Infestação Predial (IIP) do mosquito vetor da dengue. Através da amostragem de imóveis do município, pode-se realizar um rápido diagnóstico da presença do mosquito na cidade.

Os resultados do Liraa de outubro indicam que houve manutenção na condição de baixo risco, com índices de infestação do vetor baixos nos bairros. O Índice de Infestação Predial médio da cidade foi de 0,1%. Neste levantamento foram amostrados 12.921 imóveis em 81 bairros. Mercedes lamenta que ainda os recipientes pequenos e móveis continuaram sendo os mais encontrados, representando 69% do total de recipientes com larvas. Em janeiro, o IIP médio foi de 2 %, em maio foi de 2,9 % e em agosto diminuiu para 0,1%. Mas, a presença do mosquito vetor foi identificada em 21 bairros, em baixas densidades. O IIP máximo registrado foi de 0,3%.

Marcelo Bósio avaliou que o Índice de Infestação Predial médio de 0,1% registrado neste Liraa é resultado da condição ambiental, associado ao esforço de controle do vetor realizado pelo Programa Municipal de Prevenção à Dengue, através dos agentes de combate a endemias e de saúde da família e dos cuidados adotados pela população. No entanto, destaca que a ausência dessas larvas não significa a ausência do vetor pois ele pode estar em baixas densidades, não detectadas pela amostra.

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