Estudo acompanhou 300 pacientes durante três anos
Uma pesquisa realizada pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), por meio do Programa de Pós-Graduação da UFRGS, comprovou que pessoas que têm insuficiência cardíaca podem reduzir a internação hospitalar em 57% se seguirem algumas orientações domiciliares simples, como não comer sal nem beber líquido demais, por exemplo. O dado foi confirmado pela pesquisadora do HCPA/UFRGS Karen Brasil Ruschel, no trabalho de doutorado desenvolvido no Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (Iats), publicado na revista Value in Health em março deste ano.
O estudo acompanhou 300 pacientes durante três anos. Metade deles foi monitorada em visita domiciliar por enfermeiras e a outra parte não. Os que receberam informações e tiveram mais conhecimento sobre a doença reduziram a ocupação de vagas nas emergências. “Queríamos saber qual era a vantagem da prevenção neste caso. Descobrimos que, com as orientações fornecidas aos pacientes e o autocuidado, a necessidade de internação diminui em 57%. Vale a pena investir na prevenção, porque melhora a qualidade de vida do doente e os gastos do sistema de saúde caem na mesma proporção. É um modelo que pode ser aplicado no mundo, só depende do gestor”, relata Karen.
Além da redução nas taxas de internação hospitalar e a economia com gastos em tratamento do problema de saúde, a intervenção e a prevenção domiciliar resultam em significativa melhora na qualidade de vida do paciente. Portanto, uma alternativa eficiente frente às emergências superlotadas e à escassez de recursos físicos e de estrutura do sistema de saúde.