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Procedimento inovador oferece tratamento à isquemia nas pernas com células-tronco

Isquemia nos membros inferiores é quando a irrigação sanguínea nas pernas diminuí por uma obstrução das artérias ou pela redução da largura dos vasos sanguíneos. É um problema grave que pode levar até a amputação. Recentemente, no Brasil, uma técnica inovadora com células-tronco começou a ser praticada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) para o tratamento isquemia. ” As células-tronco são desenvolvidas na medula óssea e são como uma célula mãe, capazes de se dividir para formar outras células. No caso dos pacientes com falta de irrigação sanguínea nos membros inferiores, o objetivo da aplicação dela é que se desenvolvam novas artérias”, explica o chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do HUCFF, Gaudêncio Espinosa.
Essa terapia já é utilizada para a isquemia do coração, para pacientes com problemas no miocárdio e, ainda para aqueles que têm doenças de rins e pulmão.  Mas, nas pernas, esse tratamento foi aplicado pela primeira vez em dezembro de 2015. Até então, era realizado em países como a Espanha, onde médicos brasileiros acompanhavam como era realizada e evolução dos pacientes tratados com a técnica.  
A vendedora Maria Valdeci de Faria Sales, de 75 anos, foi a primeira pessoa a receber o tratamento. É comum o paciente com isquemia sentir dificuldade para firmar as pernas e os pés, muitas vezes tendo que arrastar a perna para conseguir chegar a um lugar. ” Era uma canseira muito forte nas pernas que eu não podia caminhar quase nada. É aquele cansaço que ou você para ou cai. Os médicos sempre diziam que eu podia ser amputada”, conta Maria Valdeci. Gaudêncio Espinosa relembra que o caso de Maria Valdeci era tão grave que a paciente nem conseguia dormir de tantas dores que sentia, mesmo quando estava deitada em casa. 
Procedimento
O tratamento consiste na retirada das células-tronco da medula do próprio paciente que após preparadas em laboratório, serão aplicadas com seringas na região afetada. “São feitas várias aplicações, cerca de 30 a 40 via intramuscular. Digamos que as veias são a rua principal que está obstruída e os carros precisam achar outras vias laterais, para chegar onde precisam e sair da obstrução. É, mais ou menos, que o procedimento faz. Cria as ruas laterais para o sangue passar “, detalha Gaudêncio Espinosa. 
Maria Valdeci, segundo o médico, está ótima. Já retornou ao consultório para exames de rotina que mostraram uma significativa melhora na qualidade de vida. “Ela conseguiu salvar a perna por causa desse tratamento. Então, a nossa expectativa é que a partir de agora mais pacientes possam se beneficiar “, finaliza Gaudêncio. 



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