A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Imunizações da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, reuniu nesta quinta-feira, 20, profissionais de 38 serviços de saúde para um curso de atualização sobre o atendimento antirrábico humano. Temas como fluxos, protocolos de atendimento e situação epidemiológica da doença foram tema do encontro. Os profissionais atuam em Unidades Básicas de Saúde de referência no atendimento antirrábico humano, Gerências Distritais, Urgências e Emergências, Serviços de Pronto Atendimento e dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE) da cidade.
Em Porto Alegre, o último caso de raiva humana foi confirmado em 1978. Em 1981, a cidade registrou o último caso de raiva canina. Em 1995, foi realizada a última campanha de vacinação antirrábica para cães e gatos. E, nos anos 2000, os registros foram de surto de raiva herbívora no Lami, em 2009; 11 casos de raiva herbívora em bairros do Extremo Sul, em 2015; e um caso de raiva equina no Extremo-Sul da cidade em 2016.
No encontro, os profissionais receberam informações sobre a doença (etiologia, reservatórios, modo de transmissão, incubação, transmissibilidade, sinais clínicos, diagnóstico, tratamento, desfecho e epidemiologia), sobre prevenção (importância dos imunobiológicos – soro homólogo, soro heterólogo e vacina), características, dosagem, aplicação, segurança e eventos adversos, os protocolos de tratamento: Profilaxia de pré-exposição, pós exposição e reexposição e fluxos de atendimento no SUS (Notificação obrigatória ” papel das UBSs, PAs e emergências, CRIEs e Unidades de referência, Ficha de notificação e aspectos relativos ao animal agressor).
Participaram da capacitação os técnicos Raquel Cristine Barcellla, enfermeira coordenadora do Núcleo de Imunizações da SMS, os médicos Juarez Cunha e Benjamin Roitman, da Vigilância em Saúde municipal e a médica veterinária Carla Bacedo de Vargas.
A raiva – É uma doença causada por vírus que ataca o sistema nervoso central, pode afetar todos os mamíferos e é 100% letal. Todos os animais podem transmitir a doença para o homem se estiverem contaminados. Morcegos (hematófagos ou não) são grandes transmissores, animais silvestres e animais de produção principalmente em áreas onde estão ocorrendo casos são de muito risco. Agressões por cães e gatos também são importantes na transmissão da doença.
Transmissão e sinais – A transmissão ocorre por meio da saliva do animal doente, ao morder, arranhar ou lamber. Os sinais aparentes variam:
– Cães e gatos: mudança de comportamento, agressividade, salivação abundante, dificuldade de engolir, paralisia, convulsões, morte súbita;
– Morcegos: voo durante o dia, presença de animais isolados com dificuldade de voo;
– Animais de grande porte: apresentam sintomas neurológicos, paralisia.
O que fazer ao ser mordido – Lavar o ferimento com água corrente e sabão; identificar o dono do animal (nome e endereço); procurar o serviço de saúde e seguir o tratamento indicado rigorosamente; observar cães e gatos por 10 dias, mesmo vacinados; se o animal fugir, adoecer ou morrer durante o período de observação, procurar o serviço de saúde e a EVPA
Informações sobre unidades de saúde de referência para tratamento antirrábico devem ser solicitadas junto ao Serviço Fala Porto Alegre, Fone 156.