De 1 a 7 de agosto é comemorada a Semana Mundial da Amamentação. Estabelecida desde 1992 pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA), a data tem o objetivo de facilitar e fortalecer a mobilização social para a importância da amamentação. Ela já envolve mais de 150 países, considerando-se as iniciativas e esforços globais relacionados com o tema.
No Brasil, a Semana Mundial da Amamentação é comemorada desde 1992. Em 2004, o Ministério da Saúde passou a fazer campanhas anuais em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
A mulher se prepara para amamentar ao mesmo tempo em que se prepara para a maternidade. A amamentação é um dos cuidados mais importantes para a mulher e seu bebê. Ela é muito influenciada pela condição emocional da mulher e pela sociedade em que ela vive. Por isso o apoio do companheiro, da família, dos profissionais de saúde e da sociedade é fundamental para que a amamentação ocorra sem complicações.
É importante que a futura mãe busque informações e também converse sobre amamentação com outras mulheres e com profissionais. O leite da mãe é a alimentação ideal para todas as crianças. Por sua composição de nutrientes, o leite materno é considerado um alimento completo e suficiente para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê durante os seis primeiros meses, Após esse período, a amamentação deve continuar até os dois anos mais, complementada com alimentos saudáveis.
É um alimento de fácil e rápida digestão, completamente assimilado pelo organismo infantil. Ele possui componentes e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças. Nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano.
Além disso, a amamentação favorece o vínculo mãe-filho e facilita o desenvolvimento emocional, cognitivo e do sistema nervoso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida e que, a partir de então, a amamentação seja mantida por dois anos ou mais, juntamente com alimentos complementares adequados.
Se os efeitos imediatos da amamentação sobre a saúde e o desenvolvimento dos bebês já são reconhecidos ” oferecendo proteção a doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade, os impactos em longo prazo foram revelados por uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores da Universidade de Pelotas, que acompanhou 3,5 mil recém-nascidos durante mais de três décadas. Segundo a publicação, uma criança amamentada por pelo menos um ano obteve, aos trinta anos, quatro pontos a mais de QI e acréscimo de R$ 349 na renda média.
A jornalista Rayssa Tomaz, 26 anos, é mãe de Beatriz, de 2 anos, e de Cecília, de 20 dias, eRayssa e a filha Foto: Arquivo Pessoal amamentou as duas. Durante a gravidez ela cuidou melhor da alimentação e recebeu orientações para se preparar para o momento da amamentação. “Minha filha mais velha precisou tomar complemento nos primeiros dias porque meu leite demorou a descer, mas depois disso foi só alegria. Não tive dores nem inflamação. Sempre tive bastante leite e amamentei até os seis meses dela”, conta.
Vivenciado a maternidade pela segunda vez, Rayssa já notou diferenças entre o comportamento das duas. “A Cecília é mais esfomeada e sempre mantenho a livre demanda. Sinto que ela mama mais vezes e por mais tempo. E desta vez, quero amamentar mais tempo. Até pelo menos ela completar um ano”.
Para as mulheres que estão se preparando para o momento da amamentação, o Blog da Saúde selecionou algumas dicas:
Como preparar os seios”
Durante a gestação, ocorrem modificações naturais (fisiológicas) no organismo da mulher, preparando-a para a fase da amamentação: as mamas ficam maiores, as aréolas (parte escura da mama) tornam-se mais escuras e resistentes pela ação dos hormônios. Se for possível, use sutiã confortável, de alça larga, preferindo o de algodão.
O que não fazer”
Não faça pressão sobre a mama para verificar se está saindo leite. Não utilize cremes e pomadas na parte escura da mama (aréola e mamilo).
A Primeira Mamada:
É indicado que ainda na sala de parto, logo após o nascimento, mãe e bebê entrem em contato pele a pele para oportunizar a amamentação na primeira meia hora de vidanos. É nesse momento, com o contato pele a pele, o toque suave do corpo do bebê sobre o da mãe e em especial sobre o peito, que estimulam na mulher a liberação de um hormônio (ocitocina), começando assim a descida do leite e também a contração uterina.
O leite nos primeiros dias pós-parto é chamado de colostro. Nele, os fatores que protegem contra doenças estão em grande quantidade, funcionando como a primeira vacina para o bebê. Mas é importante destacar que a amamentação não exclui a necessidade da criança receber todas as vacinas indicadas na Caderneta de Saúde da Criança.
O bebê tem hora certa para mamar”
Nos primeiros dias o bebê mama frequentemente. O intervalo entre as mamadas costuma ser curto e irregular, porque o bebê está se adaptando e ainda suga lentamente.
Com a continuação da amamentação, o bebê começa a sugar com maior eficiência, retirando maior volume de leite. Isso fará com que o bebê fique satisfeito por mais tempo e, consequentemente, o intervalo entre as mamadas será maior, seguindo o ritmo de cada criança. Cada uma tem o seu próprio ritmo, e por isso não devemos marcar o tempo de duração da mamada.
Aos poucos a mulher vai conhecendo o seu bebê e percebendo o seu ritmo. Algumas crianças mamam das duas mamas a cada refeição, outras ficam satisfeitas mamando somente de uma. A amamentação deve ser em livre demanda.
O leite do começo é diferente do leite do final da mamada”
Quando a mamada começa, o leite é rico em proteína, lactose, vitamina, minerais, água e muitos fatores de proteção. No final da mamada o leite contém mais gordura e por isso fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito. Por este motivo é importante que a mamada não seja interrompida, caso contrário o bebê pode mamar pouco do leite do final.
Existe leite fraco”
Não existe leite fraco. Toda mulher produz o leite adequado para o seu filho.