Reflexões foram transformadas em obra literária dividida em partes e que serão tema de cinco encontros online
A Trilogia: Viver e Morrer na Peste é uma criação histórica que aborda o cenário da pandemia em um resgate de vivências do passado comparados ao quadro existente hoje. A apresentação da obra será feita em cinco eventos realizados de forma online pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). A primeira, foi realizada na noite desta quarta-feira (30/06). O professor Fábio Vergara Cerqueira, saudou a iniciativa da AMRIGS.
“A ideia dos livros surgiu na observação de o quanto haviam pessoas que começavam a sentir necessidade de olhar para outras epidemias do passado para compreender a epidemia de hoje. É um momento difícil que vivemos e queremos contribuir com o debate. A intenção é conversar não só com a classe médica, mas com toda a sociedade”, afirmou.
O diretor Científico da AMRIGS, Dr. Guilherme Napp, fez a mediação do encontro e ressaltou o desafio de falar de um tema como este.
“Contemplar a morte é sempre um processo doloroso para qualquer pessoa. Nossa vivência nos tempos atuais nos desacostumou a isso. Queremos escapar desse assunto na rotina sempre corrida de nossas vidas. A filosofia, religião e arte são formas que o homem lida com isso. Além disso, precisamos lembrar que em períodos trágicos como o que estamos vivendo lidamos com o isolamento, solidão saudade e luto e isso sempre deixam marcas”, afirmou.
O médico lembrou que por outro lado, sempre afloram sentimentos de esperança como o de uma transição para a cura e superação com a chegada da vacina.
O historiador e Secretário de Cultura de Porto Alegre, Gunter Axt, conta que a composição dos livros foi baseada na observação de que algumas características eram recorrentes na história.
“Houve um movimento de resistência ao uso de máscaras na Gripe Espanhola, por exemplo. Àquela época, as máscaras já eram uma das ações mais importantes para evitar o contágio. Alguns países que haviam adotados medidas mais rapidamente, saíram também mais rapidamente do processo pandêmico, lá em 1918. Ou seja, são ciclos parecidos. Havia inicialmente uma negação, uma posterior tentativa de atribuição a uma causa externa da chegada do vírus e, por fim, o alívio e superação”, explicou.
Participaram da transmissão, o vice prefeito de Canela e o vereador Moisés Barboza, representando a Câmara Municipal de Porto Alegre.
No dia 28 de julho, acontece a segunda edição com a temática “Epidemia na História”. No dia 25 de agosto a Epidemia na Arte e para 22 de setembro está previsto uma discussão sobre o terceiro livro A Epidemia na Literatura e cinema. O quinto e último evento será um bate-papo conclusivo sobre as três obras, com a data ainda a ser definida.
Autores:
Gunter Axt
Gunter Axt é historiador. Bacharelou-se em História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1992 e defendeu mestrado na mesma universidade em 1995. Doutorou-se em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) em 2001. Desenvolveu pós-doutorado junto ao Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC da FGV) entre 2005 e 2006. Em 2009, foi professor visitante na Université Denis Diderot, Paris VII, junto ao Institut de la Pensée Contemporaine.
Fábio Vergara Cerqueira
Fábio é professor titular do departamento de História da UFPel, integra o quadro docente dos Programas de Pós-Graduação em História e em Memória Social e Patrimônio Cultural. Historiador e arqueólogo, graduado em História (UFRGS, 1989) e doutor em Antropologia Social (USP, 2001), com tese em Arqueologia Clássica e doutorado-sanduíche na École française d’Athènes, Grécia (1997-1998). Estuda a Antiguidade greco-romana, abordando assuntos como música, iconografia, cultura material, cerâmica, gênero, homoerotismo, guerra, morte, assim como patrimônio cultural, tratando de memória social, patrimônio imaterial, identidades e museus étnicos, religiosidade, educação patrimonial, imigração, cemitérios e recepção da Antiguidade.
Fonte: Marcelo Matusiak
Foto: AMRIGS
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