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Amamentação traz vantagens para bebês, mães e sociedade

No mês que simboliza a luta pelo incentivo ao aleitamento materno, o Ciclo de Palestras AMRIGS abordou benefícios, mitos e a importância da orientação profissional para proteção da saúde da criança e da mulher

Em alusão à campanha Agosto Dourado, dedicada ao estímulo da amamentação infantil, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) promoveu nesta terça-feira, (09/08), a palestra “Os benefícios da amamentação para a criança, a lactante e a sociedade”, em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e a Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional RS.

A atividade foi moderada pela diretora de Integração Social da AMRIGS, Dra. Dilma Tessari, e apresentada pela médica ginecologista e obstetra especializada em mastologia, Mestre e Doutora em Gerontologia, Dra. Betina Vollbrecht; e pelo médico pediatra e neonatologista, Mestre e Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente, Dr. Leandro Nunes.

A médica Dilma Tessari ressaltou que o leite materno tem tudo que o bebê precisa para o seu pleno desenvolvimento, sendo fundamental que os profissionais da saúde comuniquem tal informação às mães em todas as etapas da gravidez, inclusive após o parto, para que se obtenha o objetivo estipulado pelo Ministério da Saúde de amamentação da criança até os dois anos de idade.

Na sequência, a Dra. Vollbrecht, elencou diversos aspectos favoráveis do aleitamento à saúde materna, salientando, no entanto, que não se trata de um processo fácil, tendo em vista os desafios que envolvem cuidar de um bebê e a pressão social para a amamentação. Segundo ela, com base em estudos populacionais, de 10 a 15% das mulheres desenvolvem depressão pós-parto, e o ato de amamentar pode colaborar na redução desse efeito.

“O puerpério é um período conturbado que envolve questões emocionais. Então, o aleitamento auxilia nesse sentido, assim como ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragia. Também aumenta as reservas de ferro, reduz o risco de câncer de mama e de ovário e pode retardar uma nova gravidez”, disse ela, pontuando que o ato melhora a saciedade e as noites de sono da criança.

A médica comentou particularidades da anatomia das mamas, explicando o que fazer em casos de ingurgitamentos (inchaço das glândulas mamárias) e mastites, e quando procurar assistência médica e demais cuidados relevantes para o sucesso da amamentação. Entre os cuidados, destaque para alimentação saudável, beber bastante água, evitar cigarro, bebidas alcoólicas e medicamentos contraindicados, cuidar da higiene dos seios e descansar.

“O aleitamento é conveniente, prático, econômico. O leite já está pronto, não necessita de preparo, não estraga e não é preciso se preocupar com a falta de estoque”, afirmou.

A conscientização da importância da amamentação, como todos os trabalhos em prol da saúde coletiva, deve ser feita de modo permanente, segundo o Dr. Leandro Nunes. Em sua exposição, ele apontou políticas públicas, leis e iniciativas que permitiram a ampliação do aleitamento no Brasil, frisando, contudo, que muito ainda precisa ser feito.

“Cerca de 80% do binômio mãe/bebê vai ter alguma dificuldade pós-parto, então é preciso apoio dos profissionais de saúde para garantir que a amamentação perdura, especialmente no primeiro mês, quando há mais risco de desmame”, disse.

O médico lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses da criança – e complementar com a alimentação até os dois anos de vida. Citando dados de diversos estudos, Nunes valorizou os benefícios imunológicos e nutritivos para a saúde da mãe e do bebê.

“O leite materno é estéril, isento de bactérias e contém fatores anti-infecciosos que incluem: leucócitos, anticorpos, fator bífido e lactoferrina. Além disso, tem água em quantidade suficiente, contém proteína e gordura mais adequadas para a criança e na quantidade certa, assim como vitaminas, sais, cálcio e fósforo”, explicou.

No entendimento do médico, o aleitamento propicia que a criança desenvolva todo seu potencial genético e facilita o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.

“É um momento de aconchego, de carinho, uma troca importante que vai repercutir na vida da criança e do adulto. Melhora o desenvolvimento cognitivo e intelectual e permite que as crianças adoeçam menos”, argumentou.

Por fim, outro benefício, apresentado pelo médico no encontro foi a diminuição de manifestações cutâneas, respiratórias e gastrointestinais: rinite, asma, dermatite atópica e alergia à proteína do leite de vaca.

Fonte: Julian Schumacher
Foto: Divulgação AMRIGS

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