AMRIGS e Sociedade Gaúcha de Infectologia advertem sobre os casos de Monkeypox no Brasil

AMRIGS e Sociedade Gaúcha de Infectologia advertem sobre os casos de Monkeypox no Brasil
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AMRIGS e Sociedade Gaúcha de Infectologia advertem sobre os casos de Monkeypox no Brasil

Nota Conjunta: Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI) e Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS)

A notícia da confirmação da primeira morte por infecção pelo vírus Monkeypox no Brasil acendeu o sinal de alerta entre as autoridades médicas. O caso foi registrado em Minas Gerais. O paciente, um homem de 41 anos com imunidade baixa e comorbidades, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira (28/07). O presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Dr. Gerson Junqueira Jr., chama a atenção para o cenário.

“É importante haver um cuidado especial, principalmente em pessoas com histórico de comorbidade prévia e/ou imunossupressão. Estas complicações incluem também pneumonia, encefalite e infecções bacterianas secundárias”, afirma.

Do início de janeiro ao fim de junho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contou mais de 7 mil casos da doença, confirmados com exames laboratoriais, em mais de 60 países.

A diretora de Comunicação da Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI), Dra. Rafaela Mafaciolli, salienta que a doença geralmente começa com febre, seguida pelo desenvolvimento de múltiplas lesões papulares, vesicopustulosas e ulcerativas na face e no corpo; ainda associado a linfadenopatia proeminente.

“A infecção pelo vírus Monkeypox geralmente é autolimitada, com taxas de letalidade em torno de 1 a 10%”, destaca.

A doença ainda não tem uma vacina específica, três imunizantes existentes contra a varíola tradicional podem ser usados para proteção contra a infecção pelo vírus Monkeypox. Alguns países já estão aplicando, e segundo o Ministério da Saúde a primeira remessa de vacinas deve chegar em setembro no Brasil. Até a última quarta-feira (27/07), o Brasil tinha 978 casos confirmados de varíola dos macacos, em 15 estados e no Distrito Federal.

Entenda a infecção pelo vírus Monkeypox

É uma doença rara e infecciosa causada pelo vírus Monkeypox. Trata-se de uma zoonose viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África central e ocidental, ocasionalmente é exportada para outras regiões. Os meios de transmissão podem ser de animal contaminado para humano (por meio de mordidas, arranhões, consumo e preparação de carne contaminada, contato direto ou indireto com fluidos corporais ou material de lesões), ou de humano para humano (através de gotículas respiratórias – contato interpessoal prolongado – ou contato com fluidos corporais ou material da lesão).

A apresentação clínica da varíola do macaco se assemelha à da varíola clássica, uma infecção relacionada ao ortopoxvírus que foi declarada erradicada mundialmente há mais de 40 anos. Após período de incubação de 5-21 dias, a infecção pelo Monkeypox leva a um quadro inicial de febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão, e erupção cutânea (lesões se apresentam em vários estágios, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo; as vesículas cicatrizam, assemelhando-se, portanto, a quadros de varicela (catapora) – são em geral múltiplas e melhoram entre 2-4 semanas).

A principal diferença entre os sintomas é que a varíola do macaco cursa com aumento dos gânglios linfáticos, diferentemente da varíola clássica. É uma doença autolimitada, associada a uma mortalidade entre 1-10% (a cepa em específico tem sido associada, na população rural africana, a uma mortalidade de 1%).

Transmissão

Segundo nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Monkeypox é transmitida principalmente por meio de contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou mucosa de animais infectados.

A transmissão secundária, ou seja, de pessoa a pessoa, pode ocorrer por contato próximo com secreções respiratórias infectadas, lesões de pele de uma pessoa infectada ou com objetos e superfícies contaminadas.

A transmissão por gotículas respiratórias geralmente requer contato pessoal prolongado, o que coloca os profissionais de saúde, membros da família e outros contatos próximos de pessoas infectadas em maior risco. No entanto, a cadeia de transmissão documentada mais longa em uma comunidade aumentou nos últimos anos de 6 para 9 infecções sucessivas de pessoa a pessoa. Isso pode refletir o declínio da imunidade em todas as comunidades devido à cessação da vacinação contra a varíola.

Embora o contato físico próximo, ou seja, contato íntimo, seja um fator de risco observado na transmissão dos casos confirmados nos países não endêmicos, a transmissão sexual nunca foi descrita. Desta forma, estudos são necessários para entender melhor esse risco.

A transmissão vertical ou durante o contato próximo no pós-parto também pode ocorrer. O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem.

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