Agentes comunitários de saúde que atuam nas oito regiões distritais da Capital reúnem-se durante a semana para a segunda etapa presencial do curso introdutório iniciado em junho. Nesta terça-feira, 11, os encontros ocorrem nas gerências de saúde Centro, Partenon-Lomba do Pinheiro e Norte-Eixo Baltazar, seguindo nas demais regiões até sexta-feira, 14, nos turnos da manhã e tarde. Ao todo, participam da capacitação cerca de 400 agentes comunitários de saúde, no sentido de aperfeiçoar as práticas desenvolvidas nas comunidades em que atuam.
Durante a capacitação, cada grupo debate dois temas centrais: territorialização com a construção de mapas inteligentes e ética no trabalho. Na primeira temática, a ideia é que as equipes façam um diagnóstico situacional dos territórios, observando as vulnerabilidades das comunidades que vivem nas regiões de atuação das unidades de saúde, como a incidência de violência, pessoas em situação de rua, usuários de drogas e necessidades em geral. Da mesma forma, devem detectar a viabilidade da criação de grupos de gestantes e idosos, por exemplo. Assim, a construção dos mapas deverá indicar as especificidades das comunidades atendidas e um planejamento de ações a serem desenvolvidas. Com relação à ética no trabalho, são analisadas situações do dia a dia das equipes, propondo conversas e reflexões acerca dos comportamentos, identificando se éticos ou não.
“É muito importante trabalhar a educação permanente com esse público e, com isso, fortalecer as ações dos agentes comunitários dentro das equipes, para que cada vez mais eles se sintam integrados e engajados”, comenta a vice-presidente do Imesf, Lívia Faller. Segundo ela, o objetivo também é fortalecer os processos de trabalho das equipes e disponibilizar aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) uma assistência mais resolutiva e qualificada.
Esta é a segunda etapa presencial do curso introdutório, que deve durar cinco meses e prevê 56 horas/aula – 40 horas à distância, feitas nos territórios de atuação dos profissionais, e 16 horas presenciais. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde e Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf), a ideia do curso é alinhar e ampliar os conhecimentos adquiridos na prática diária junto às equipes de saúde da família e atenção primária. A dinâmica desta semana é conduzida por apoiadores institucionais das gerências de saúde e profissionais do Imesf.
Papel dos agentes comunitários – Entre as funções dos agentes comunitários de saúde (conforme a Lei 11.062, de 2011) está integrar as equipes de saúde da família, destacando-se na comunidade pela capacidade de se comunicar com as pessoas e pela liderança natural que exercem, tornando-se elo entre a equipe e a comunidade, em contato permanente com as famílias. Também é papel do profissional tornar-se elo cultural educativo na comunidade, realizar mapeamento de sua área, cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro, identificando indivíduos e famílias expostos a situações de risco. Além disso, deve identificar áreas de risco, orientar as famílias para a utilização adequada dos serviços de saúde, encaminhando-as e agendando consultas, exames e atendimento odontológico, quando necessário, entre outras funções.