Depressão, estresse e transtorno de adaptação estão entre os maiores casos de acidentes de trabalho

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Depressão, estresse e transtorno de adaptação estão entre os maiores casos de acidentes de trabalho

Casos de transtornos mentais são considerados igualmente importantes aos físicos 
O diretor de Patrimônio da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Dirceu Rodrigues, recebeu nesta sexta-feira (15/09), a presidente da Associação Brasiliense de Medicina do Trabalho (Abramt), Rosylaine Mercês Rocha. Ela é médica graduada pela Universidade do Rio de Janeiro (UNI-Rio), com residência em Cirurgia Geral e pós-graduação em Medicina do Trabalho, e secretária nacional da International Commision on Occupational Health (ICOH). 
Em 2016, houve cerca de 600 mil acidentes de trabalho nas empresas brasileiras. Deste número, mais de 2 mil resultaram em óbito. Para Dra. Rosylane, é muito importante que os médicos do trabalho estejam atualizados quanto a capacitações em suas atividades diárias, com programas de prevenção e saúde no trabalho. “É possível prevenir os acidentes. Se a segurança no trabalho for mantida e o médico conseguir envolver a participação real dos trabalhadores nos projetos, tenho absoluta certeza que os casos diminuirão”, opina. 
A falta de fiscalização nas empresas faz com que as ocorrências sejam maiores do que os dados divulgados. “Sem o controle, o médico do trabalho acaba sendo uma voz que ecoa, mas não surte efeito. Por isso, a vistoria é essencial, para que a empresa desperte e cumpra as normas do Ministério do Trabalho”, explica Rosylane. 
Além dos acidentes de trabalho típicos, as doenças relacionadas ao serviço também contam como incidentes. Segundo a médica, dos mais de 2 milhões de benefícios concedidos em 2016, cerca de 200 mil foram de transtorno mental. Entre as doenças mentais mais recorrentes, estão a depressão, o estresse e o transtorno de adaptação, este último podendo ser resultante de inúmeras outras situações além do desemprego e mau desempenho profissional, como hospitalização prolongada e mudanças na vida pessoal. Dra. Rosylane acredita que os médicos precisam estudar mais sobre transtornos mentais para saber atuar na prevenção, seja ela relacionada ou não ao trabalho. “O médico do trabalho pode, por exemplo, realizar uma ação conjunta com o psiquiatra para que o trabalhador não volte a adoecer”. 
Embora o quadro no Brasil não seja exatamente positivo, para ela, muitas questões já foram otimizadas na área. “Antigamente, os médicos não pensavam na medicina do trabalho como primeira opção, quando saíam da faculdade. Hoje, ela já passa a ser a primeira escolha e não mais a segunda ou terceira”, informa a médica. 
No encontro, representantes da Sociedade Gaúcha de Medicina no Trabalho (SOGAMT) entregaram à medica um pin da sociedade e uma cuia personalizada da AMRIGS. 

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