Doação de plasma convalescente: um aliado simples e importante no tratamento da COVID-19

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Doação de plasma convalescente: um aliado simples e importante no tratamento da COVID-19

O tratamento experimental contra COVID-19 através da doação de plasma é apontado como mais uma promissora ferramenta na busca pela cura da doença. Um caso recente aconteceu com um homem de 63 anos, diagnosticado com coronavírus, que acordou do coma induzido em Caxias do Sul, na Serra. A melhora do paciente, internado no Hospital Virvi Ramos, ocorreu após a doação de plasma convalescente que recebeu — fruto do tratamento experimental contra COVID-19. O doador foi Fabio Klamt, professor do Departamento de Bioquímica da UFRGS e pesquisador da área de Biomedicina. O porto-alegrense, que foi infectado em março, venceu a COVID-19 e se dedicou a pesquisar métodos eficazes e seguros para combater a doença

A AMRIGS conversou com Leo Sekine, MD, MSc, PhD, médico pela UFRGS, com residência médica em Medicina Interna e Hematologia e Hemoterapia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Possui mestrado e doutorado Epidemiologia pela UFRGS. É chefe do Serviço de Hemoterapia/HCPA, diretor Médico do Centro de Processamento Celular/HCPA e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas – Faculdade de Medicina/UFRGS.

AMRIGS – Como funciona a metodologia do tratamento por doação de plasma?

Leo Sekine – O tratamento consiste em uma transfusão semelhante a outros processos. A diferença está na forma como é coletado e de que tipo de paciente. A coleta é feita através de uma doação de um componente específico do sangue. Um equipamento é capaz de separar o plasma em um processo que dura entre uma hora e uma hora e meia. A coleta é semelhante a doação de sangue com uma punção no braço, porém conseguimos uma quantidade maior de plasma que obteríamos em uma doação normal. Após, o plasma que contém os anticorpos contra o coronavírus é infundido nos pacientes ajudando no combate à infecção, já que naquele momento o paciente ainda não tem os anticorpos contra o coronavírus.

AMRIGS – Em que momento a transfusão deve ser feita?

Leo Sekine – A ideia é que a terapia seja feita em um momento precoce, ou seja, quanto mais estiver no estágio inicial da doença, melhor. Pacientes com a doença mais avançada possuem grande probabilidade de estarem sofrendo consequências de um processo inflamatório e já desenvolvendo os anticorpos.

AMRIGS – Caso as pesquisas apontem sucesso no tratamento, é viável a execução em uma população massiva?

Leo Sekine – A tecnologia usada no estudo, a aférese, não é alheia a realidade de muitos centros médicos. Está presente em diversos bancos de sangue, sobretudo os que estão localizados em hospitais de alta complexidade. O processo já é conhecido, sendo feita apenas uma programação diferente do equipamento e de fluxos. Estamos falando de algo facilmente implantável em diversas metrópoles.

Fonte: Ascom AMRIGS

Foto: AMRIGS

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