Nesta quarta-feira (21) comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Alzheimer. De acordo com a associação internacional Alzheimers Disease Internacional (ADI), com sede na Inglaterra, a doença acomete cada vez mais pessoas. Atualmente há cerca de 36 milhões de indivíduos portadores da demência, e para 2030, a previsão é que o número aumente 85%. A estimativa revela que na América Latina tropical, onde está localizado o Brasil, será a região com maior aumento percentual, cerca de 146%.
Hoje, a Doença de Alzheimer é responsável por 60% dos casos de demência nos idosos, segundo a ADI, cerca de 5% dos idosos brasileiros acima dos 65 anos sofre da doença Estudo divulgado pela ADI, no início deste mês, revela que dos 36 milhões de portadores da demência em todo o mundo, 28 milhões não foram diagnosticados. Isso equivale a 75% do total de pacientes.
A médica Ester London, chefe do serviço de neurologia do Hospital VITA Batel, alerta que depois dos 65 anos de idade, a chance de alguém desenvolver a doença duplica a cada cinco anos. Com 85 anos de idade, as chances são de 50%. Segundo a neurologista, um paciente demora, em média, mais de três anos para saber que tem o mal de Alzheimer. Uma das causas é o fato de os sintomas da doença, como perda de memória e raciocínio lento, serem interpretados pelos parentes como consequências do envelhecimento e não uma enfermidade, complementa.
A especialista revela também que, de acordo com pesquisas realizadas pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN), 95% das vítimas morrem até cinco anos após apresentar os primeiros sintomas e que a maioria das mortes é registrada em brancos e na Região Sudeste.
Doença de Alzheimer – A neurologista Melissa Castello Branco e Silva, especialista em distúrbios cognitivos e comportamentais do Hospital VITA Curitiba, explica que é uma doença neurológica degenerativa que afeta a memória, fala e a noção de espaço e tempo do indivíduo, podendo provocar apatia, delírios e em alguns casos comportamento agressivo. Um dos primeiros sintomas é a perda de memória para fatos recentes. Depois, ocorre a desorientação quanto a lugares e datas e mudança de comportamento. Na fase avançada, o doente pode ter alucinações, dificuldade na fala e na alimentação.
Melissa destaca, que atualmente, o Alzheimer é responsável por 60% dos casos de demência nos idosos. O índice é preocupante, pois a doença afeta vários domínios cognitivos, (memória, julgamento , planejamento, emoção, linguagem) de maneira significante, o que acaba interferindo no vida social e ocupacional dos portadores da demência. O Alzheimer ocorre basicamente pela morte neuronal, perde-se as células que constituem o cérebro, os neurônios, e há um prejuízo na produção de substâncias químicas envolvidas na memória e também no aprendizado, finaliza.
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O que é”
O mal/doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer é a forma mais comum de demência. Foi descrita pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer e, por isso, leva esse nome. É uma doença degenerativa que acomete, principalmente, pessoas com mais de 65 anos. Tem como principal característica a perda das habilidades cognitivas como , memória, raciocínio e alterações de comportamento.
Estágios progressivos da Doença de Alzheimer:
Leve: confusões e perda de memória, desorientação espacial, dificuldade progressiva no cotidiano, mudanças na personalidade e na capacidade de julgamento.
Moderado: dificuldades nos atos de vida diária (especialmente em banhar-se, vestir-se e alimentar-se), ansiedade, delírios e alucinações, agitação noturna, alteração no sono, dificuldade de reconhecimento de amigos e familiares.
Grave: diminuição acentuada do vocabulário, diminuição do apetite e do peso, descontrole urinário e fecal, dependência progressiva de um cuidador.
Principais sintomas – O sintoma inicial mais comum é a perda de memória a curto prazo (dificuldade em lembrar de fatos recentes). Geralmente o doente não consegue perceber a sua dificuldade e são os familiares que o levam ao médico. Alguns sintomas são falsamente relacionados com o envelhecimento ou com o estresse. Com o avançar da doença aparecerão novos sintomas como: perda da capacidade de atenção, perda da memória semântica (dificuldades na linguagem, perda de vocabulário), confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, sintomas depressivos, falhas na linguagem, perda de memória de longo prazo. No último estágio da doença pode não reconhecer mais os familiares e torna-se totalmente dependente.
Diagnóstico – Se dá através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e posteriormente por meio de laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética).
Principais grupos e fatores de risco – Em geral a Doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas da doença não são totalmente conhecidas, mas existe relação com algumas mudanças nas células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada.
O que fazer”
Ao apresentar qualquer um dos sintomas acima descritos, o paciente deve buscar um neurologista para ser avaliado. O tratamento visa retardar o máximo possível a evolução da doença e orientar a família sobre a evolução da mesma. A prevenção é sempre a melhor alternativa, por isso deve-se manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas e intelectuais e, principalmente, atentar para os sinais enviados pelo organismo.
É possível prevenir a Doença de Alzheimer”
Cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, divulgaram lista composta por sete medidas que poderiam evitar milhões de casos de Alzheimer em todo o mundo. Os fatores são ligados a estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação.
Segundo os pesquisadores americanos, os sete fatores de risco juntos contribuem para os 17,2 milhões de casos de Alzheimer no mundo, o que corresponde a 51% dos casos globais da doença. Para os cientistas, metade dos casos da doença no mundo se devem a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até 3 milhões de casos.
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