O estudo elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) sobre a demografia médica no País indica que a população médica brasileira, apesar do constante crescimento, está mal distribuída, cada vez mais vinculada a planos de saúde e pouco afeita ao trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Numa Nação onde são anunciados avanços econômicos e o combate à pobreza, torna-se imperioso que a saúde ocupe a centro da cena. Para tanto, temos reiterado a necessidade de mais recursos e o estabelecimento de políticas públicas justas para com o médico e com todos os profissionais da área”, ressalta o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.
O documento – disponível no site do CFM (http://www.portalmedico.org.br) – será encaminhado às lideranças do movimento médico, aos parlamentares, aos gestores públicos e privados, a especialistas em ensino e trabalho, e entregue formalmente aos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha.
“Tendo em vista o debate atual sobre a necessidade de médicos, nosso compromisso é produzir um conhecimento preciso sobre a demografia médica brasileira. A publicação coincide, inclusive, com o surgimento de propostas do Governo Federal e do Poder Legislativo para o enfrentamento da escassez”, salientou o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Junior.
55% dos médicos brasileiros possuem pelo menos um título de especialista
Distribuição de especialistas reflete a desigualdade na presença dos médicos pelo país
Tabela 16 –
A divisão entre especialistas e generalistas apresenta contrastes maiores quando se observa as unidades da federação. Em 12 delas há mais generalistas que especialistas. Não por coincidência, vários desses estados estão entre aqueles com menor razão médico por 1.000 habitantes.
Tabela 17 –
Maioria dos generalistas é composta por jovens médicos
Tabela 18 –
Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia concentram quase um quarto dos especialistas
Mulheres são maioria em 24% das especialidades
Entre os especialistas titulados em atividade no país, 59,39% são homens e 40,61% são mulheres (Tabela 19). Os números são bastante semelhantes quando se olha para a população geral de médicos ativos, 59,85% são homens e 40,15% são mulheres. Entre as 53 especialidades, 13 delas têm maioria de mulheres, o equivalente a 24,5%. Nas outras 40, ou 75,6% delas, os homens predominam.
Tabela 19
As mulheres são maioria em cinco das seis áreas consideradas básicas. Dominam em Pediatria, com 70,0%, e ficam um pouco acima da metade em Ginecologia e Obstetrícia (51,5%), Clínica Médica (54,2%), Medicina de Família (54,2%) e Medicina Preventiva (50,3%). Nas especialidades básicas, só perdem na Cirurgia Geral, onde são apenas 16,2%.
Os homens, por sua vez, representam mais de 80% em 13 das 153 especialidades, incluindo aqui nove das dez áreas de cirurgia – a exceção é a Cirurgia Pediátrica, onde os homens também dominam, mas com 67,5%. As seis áreas mais masculinas, onde os homens são 90,0% ou mais, são as de Cirurgia Cardiovascular (90,0%), do Aparelho Digestivo (91,4%), Torácica (93,5%) e Neurocirurgia (91,8%).
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