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Estudo revela que médicos residentes desconhecem conceitos de terapia nutricional

Estudo realizado com o apoio da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) avaliou o conhecimento de médicos residentes sobre a terapia nutricional que deve ser aplicada nos pacientes internados.
 
Foram avaliados 35 médicos residentes de 10 áreas cirúrgicas distintas do Hospital São Paulo, sendo que 71,4% dos participantes tinham mais de dois anos de residência médica.
 
Entre os participantes, 51,4% negaram conhecimento de alguma equipe multiprofissional de terapia nutricional.
 
Os pesquisadores aplicaram um questionário sobre questões básicas de uso da terapia nutricional e apenas 21,6% dos participantes se mostrou segura sobre o procedimento correto. O estudo será apresentado no mês de setembro no 33º Congresso Europeu de Nutrição Clínica e Metabolismo, realizado na Suécia, e no Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral, que será realizado em novembro, em Curitiba. “Esse estudo mostra que é preciso um trabalho intenso nas universidades e hospitais para destacar a importância da terapia nutricional no sucesso do tratamento indicado ao paciente”, destaca o presidente da SBNPE, Celso Cukier.
 
De acordo com estudos anteriores, a desnutrição hospitalar atinge cerca de 50% dos pacientes internados. Destes, mais de 70% desenvolvem complicações e, por causa disso, o valor do tratamento aumenta 60% em média. “A aplicação correta da terapia nutricional no paciente é de extrema importância para reduzir o tempo de internação e de possíveis complicações. Para cada R$1,00 investido em nutrição hospitalar, há uma economia de R$4,00 no tratamento do paciente”, diz Cukier.
 
Estima-se que 80% dos doentes em terapia intensiva morrem por infecção e a maioria tem a desnutrição como fator coadjuvante. Pesquisas apontam que, entre outros fatores, o desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a relevância do tema se reflete nesses índices desanimadores.
 
Evidências clínicas mostram que 100% dos casos de desnutrição hospitalar poderiam ser atenuados e de 70% a 80%, revertidos ou neutralizados. Estudos clínicos mostram que os pacientes graves internados perdem, em média, 20 quilos e podem chegar à caquexia, o grau mais elevado de desnutrição. No entanto, a intervenção com nutrição específica – seja oral ou aplicada diretamente na veia – reduz o impacto da desnutrição. “Pacientes que recebem a alimentação adequada respondem melhor aos tratamentos que são submetidos. Isso traz benefícios para o paciente e também para o hospital e sistema de saúde”, conclui Cukier.

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