Porto Alegre tem se destacado na integração entre sistema de saúde e universidades como forma de qualificar o atendimento nas diversas regiões da cidade, fortalecendo a relação da Secretaria Municipal de Saúde com as instituições de ensino. Para mostrar o trabalho desenvolvido na Capital e em outras duas cidades brasileiras, Belo Horizonte e Caruaru, o Ministério da Saúde produz um documentário destacando as experiências exitosas no sentido de estimular que outros municípios desenvolvam projetos semelhantes. Na quinta-feira, 22, a equipe de produção do filme conversou com trabalhadores, professores, usuários e estudantes e captou os primeiros depoimentos do filme.
A consultora técnica do Departamento de Gestão de Educação na Saúde, vinculado à Secretaria de Gestão do Trabalho de Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Bárbara Leite, conheceu o trabalho feito em Porto Alegre nos últimos 15 anos na área da integração ensino e serviço. “Percebemos que há muitos avanços no desenvolvimento construído nesse período e consideramos que essa história construída aqui deveria ser compartilhada e divulgada a outros municípios e Estados”, contou Bárbara. “Vamos aproveitar a experiência de Porto Alegre relacionada à gestão para dar visibilidade ao que já foi feito, que o ministério reconhece como potente. Esse foi o motivo da escolha da capital gaúcha para construir o documentário junto com a gente”, afirmou.
A rede municipal de Saúde está dividida por regiões, em oito gerências distritais, cada uma vinculada a instituições de ensino conveniadas, com estágios para alunos de graduação nas 141 unidades de saúde e nos hospitais. Em seu depoimento, o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, destacou a ampliação das pesquisas não só clínicas, mas de campo, com atuação nos territórios da cidade. “As unidades de saúde e os hospitais servem hoje como campos de pesquisa e isso potencializou o desenvolvimento de núcleos de tecnologia na rede. Atualmente, as universidades nos procuram para ampliar as possibilidades de estágios para cursos que ainda não estão incluídos”, avaliou. O secretário destacou que, a partir da integração, os trabalhadores também passaram a se interessar mais por cursos de pós-graduação, tanto especialização quanto mestrado e doutorado.
Coapes – De acordo com Ritter, a ideia é tentar melhorar ainda mais a relação da secretaria com as universidades a partir do Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino e Serviço (Coapes). “Acreditamos que, até o final do ano, tenhamos o Coapes estruturado e assinado e contamos que a cidade terá um salto de qualidade com essa nova ação”, disse.
A assistente social da Coordenação de Atenção Básica, Liliane Maria dos Santos, e a enfermeira da assessoria técnica da Equipe de Desenvolvimento, Lilia Maria Woitikoski Azzi, comentaram que muito do crescimento na integração ensino/pesquisa se deu a partir dos programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, como o Pro Saúde, que favoreceu a aproximação das universidades com os serviços, colocando os trabalhadores em contato direto com os alunos, e o Pro PET (Programa de Educação para o Trabalho), que potencializou essa relação e estimulou o surgimento de novos projetos e pesquisas, apresentadas em congressos, estimulando a qualificação profissional dos trabalhadores. “A partir das pesquisas quantitativas e qualitativas, melhoramos o processo de trabalho e as relações interpessoais, o que deu um saldo de qualidade nas ações de saúde do município”, afirmou Liliane. O Pro Saúde possibilitou também a qualificação da infraestrutura, com a ampliação de unidades de saúde, a informatização e o uso de novas tecnologias.
Documentário – O filme é um documentário movimento, considerando a passagem por diferentes cidades do país para mostrar como está a integração ensino e serviço. “É um vídeo de educação, voltado tanto aos trabalhadores quanto às instituições de ensino, estudantes e gestores”, explicou Bárbara. A ideia é que o material seja utilizados pelas universidades, nos espaços de educação permanente das unidades de saúde, para contribuir no processo de integração ensino e serviço. “Não é um vídeo institucional, é um documentário de informação e compartilhamento de experiências. Imaginamos que outros vídeos poderão ser produzidos pelos próprios alunos de graduação, mostrando o trabalho que vêm fazendo”, completou. O material reunirá depoimentos de trabalhadores, estudantes, professores, gestores, usuários e integrantes dos conselhos distritais e do Conselho Municipal de Saúde.
