Desde seus primeiros anos de vida, o médico e artista plástico Paulo Favalli já demonstrava interesse e curiosidade pela arte. Filho de pai psiquiatra e psicanalista e de mãe professora de literatura brasileira, aprendeu cedo a apreciar as mais diferentes linguagens artísticas. Em 2021, ele desenvolverá importante monumento idealizado junto à Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), como referência histórica sobre a pandemia de coronavírus.
O Memorial da Gratidão é uma homenagem aos profissionais da saúde que trabalharam no combate à COVID-19 e aos que, infelizmente, perderam suas vidas para o vírus. A obra inédita faz parte da celebração dos 70 anos da AMRIGS. Esculpido através do método de modelagem e finalizado em bronze, o bloco com mais de 7m (7,5m de comprimento e 2,65m de altura), é composto por três painéis em alto relevo, que abordam três narrativas fundamentais da pandemia: a morte, a ciência e a cura. O artista plástico explica seu conceito:
“A morte é inevitável e estarrecedora. Muitas vidas não puderam seguir adiante com a chegada do vírus. O painel da ciência é o que exalta a busca da solução global através da pesquisa e do conhecimento, e homenageia o cientista e o médico. E a cura é o desfecho feliz, quando o médico consegue o sucesso e a realização de salvar vidas, ainda que tenhamos que conviver com a morte”.
A obra é inspirada em memoriais mundo afora onde, segundo Dr. Paulo, o aspecto da lápide, objeto retangular vertical e seu conceito fúnebre, é frequentemente usado, podendo ser considerado praticamente universal. O projeto demanda uma série de etapas como a modelagem (confecção da obra de forma artesanal em plastilina ou massa de modelar à base de óleo), fundição (onde a escultura será copiada em bronze) e acabamentos. A principal referência e aplicação do médico e artista plástico é a associação entre o humano e a tecnologia, a relação íntima entre humanos e as máquinas, sejam ela analógicas ou digitais.
A estreia do médico Paulo Favalli como artista plástico aconteceu no Salão de Artes da América Latina em São Paulo, em 2017, quando inscreveu três obras e ganhou o prêmio de Melhor Escultura com a obra H.A.N.D. – Hybrid for All Needs Device. Sua primeira exposição individual foi em 2019, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), onde apresentou a exposição Homo Machina. No mesmo ano, suas esculturas também foram expostas na Casa Memória e Cultura Unimed Federação/RS, um trabalho em alusão aos 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci.
Para Dr. Paulo, a criação de monumentos referentes à pandemia é uma forma de transformar a tragédia em uma linguagem poética que ajuda a elaborar os sentimentos de tristeza e de consternação, diante perda das pessoas.
“O Memorial da Gratidão vai sintetizar todos os sentimentos de tristeza, perseverança e gratidão e será uma maneira de refletirmos sobre a pandemia através da linguagem artística. Pra mim, é uma oportunidade única, como médico e artista plástico”.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), desde o início da pandemia em 2020, mais de 800 médicos morreram em função do coronavírus no Brasil, sendo cerca de 2% no Rio Grande do Sul. A Associação Médica do Rio Grande do Sul busca reconhecer o período de grande dedicação do médico como o principal combatente diante da pandemia junto com os cientistas e demais profissionais da área da saúde. O Memorial da Gratidão está sendo desenvolvido pelo artista plástico e será lançado este ano, conjuntamente com as obras de aperfeiçoamento das instalações da AMRIGS. O monumento da instituição será financiado por meio de parcerias. Interessados no plano de cotas e patrocínios podem entrar em contato com Glauco Fonsecca pelo telefone (51) 99658-8558.
Fonte: Ana Carolina Lopes
Foto: NCM AMRIGS
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