Para marcar o Dia da Cobertura Universal de Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta segunda-feira (12) um novo portal de dados para acompanhar o progresso rumo à cobertura universal de saúde em todo o mundo. O portal mostra em quais pontos os países precisam melhorar o acesso aos serviços e onde precisam melhorar a informação.
O portal apresenta os dados mais recentes sobre o acesso aos serviços de saúde em nível mundial e em cada um dos 194 Estados-Membros da OMS, juntamente com informações sobre a equidade de acesso. No próximo ano, a Organização acrescentará dados sobre o impacto que o pagamento dos serviços de saúde tem nas finanças domésticas.
“Qualquer país que pretende alcançar a cobertura universal de saúde deve ser capaz de medi-la”, disse Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS. “Os dados por si só não previnem doenças ou salvam vidas, mas mostram onde os governos precisam agir para fortalecer seus sistemas de saúde e proteger as pessoas dos efeitos potencialmente devastadores dos custos nos cuidados de saúde”.
A cobertura universal de saúde tem como objetivo permitir que todas as pessoas e comunidades possam acessar os serviços de saúde de que necessitam sem enfrentar dificuldades financeiras. Assim, os países que procuram fornecer essa cobertura precisam construir sistemas de saúde que forneçam os serviços e produtos de qualidade que as pessoas precisam, quando e onde precisam, por meio de uma força de trabalho de saúde com recursos adequados e bem treinados.
A capacidade de prestar serviços de saúde primários sólidos em nível comunitário é essencial para progredir no sentido da cobertura universal da saúde.
No ano passado, os governos de diversas partes do mundo fixaram o objetivo de alcançar a cobertura universal de saúde até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A cobertura universal de saúde não é apenas essencial para o alcance dos objetivos relacionados à saúde, mas também contribui para outras metas, tais como a eliminação de pobreza (Objetivo 1), o trabalho decente e o crescimento econômico (Objetivo 8).
O portal mostra que:
Menos de metade das crianças com suspeita de pneumonia em países de baixa renda são levadas a um provedor de saúde apropriado.
Dos 10,4 milhões de novos casos estimados de tuberculose em 2015, 6,1 milhões foram detectados e notificados oficialmente em 2015, deixando uma defasagem de 4,3 milhões.
A pressão arterial elevada afeta 1,13 bilhão de pessoas. Mais da metade dos adultos do mundo com hipertensão arterial em 2015 vivem na Ásia. Ao todo, 24% dos homens e 21% das mulheres tinham pressão arterial descontrolada em 2015.
Ao todo, 44% dos Estados-Membros da OMS relatam ter menos de um médico por 1.000 habitantes. A região africana sofre com quase 25% da carga global de doenças, mas conta com apenas 3% dos profissionais de saúde do mundo.
“A expansão do acesso aos serviços implicará em um aumento dos gastos para a maioria dos países”, afirmou Marie-Paule Kieny, Diretora-Geral Assistente da OMS para Sistemas de Saúde e Inovação. “Mas tão importante quanto o que se gasto é como se gasta. Todos os países podem fazer progressos em direção à cobertura universal de saúde, mesmo em baixos níveis de gastos.”
Alguns países têm feito bons progressos no sentido de alcançar a cobertura universal de saúde com baixos gastos, enquanto outros conseguem níveis mais baixos de cobertura, mesmo gastando mais. Entre países com níveis igualmente baixos de gastos, há grandes variações nos níveis de cobertura.
Nota ao editor:
Todos os Estados-Membros das Nações Unidas concordaram em buscar alcançar a cobertura universal de saúde até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A cobertura universal de saúde fornece acesso a serviços essenciais de saúde de qualidade; acesso seguro a medicamentos e vacinas essenciais, eficazes e acessíveis, além da proteção contra riscos financeiros.
Pelo menos 400 milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a um ou mais serviços de saúde essenciais.
Todos os anos, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza e 150 milhões de pessoas sofrem uma catástrofe financeira por causa das despesas extras nos serviços de saúde.
Em média, 32% das despesas de saúde de cada país provêm de pagamentos de reembolso.
Assegurar o acesso equitativo requer uma transformação no modo como os serviços de saúde são financiados, geridos e administrados, de modo que esses serviços possam estar centrados em torno das necessidades das pessoas e das comunidades.
Mais de 18 milhões de trabalhadores de saúde adicionais serão necessários até 2030 para atender aos requisitos de força de trabalho de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e às metas de cobertura universal de saúde, com lacunas concentradas em países de baixa e média renda.