O esgotamento físico e mental dos profissionais de saúde ficou em maior evidência com o avanço da pandemia da COVID-19 e a intensa carga de trabalho nos hospitais. No entanto, o tema não é exatamente uma novidade. A profissão é uma das mais atingidas pela Síndrome do Burnout. Atualmente, estima-se que um a cada três médicos brasileiros teve Burnout ou convive com uma pressão física e psicológica em seu dia a dia de trabalho.
As razões para tal cenário são as mais diversas. Trata-se de uma síndrome multifatorial, motivada também por diferentes fatores. Entre eles estão o estresse por incapacidade de resolver problemas médicos, excesso de trabalho, pressão, entre outros. Citando a pandemia, o exemplo principal onde esse cenário avançou foi aquele momento inicial em que pouco se sabia sobre o coronavírus.
Entre as especialidades que mais sofrem com a síndrome de Burnout, estão terapia intensiva, medicina de emergência, cirurgia geral, medicina de família, infectologia, medicina interna, radiologia, ginecologia e obstetrícia, neurologia e urologia. A diretora de Normas da AMRIGS e médica do trabalho, Rosani Carvalho de Araújo, define essa síndrome como uma sensação em que a pessoa se sente uma “uva passa”: “Sugada, encolhida e desidratada. Não tem força para levantar e tampouco ter expectativa de vida, conquistas diárias e pessoais.
Diante disso, reitero que precisamos estar atentos para evitar a tragédia anunciada do médico moderno, sobrecarregado pelas cargas de trabalho intensas e os árduos desafios. Precisamos preservar a satisfação da profissão, o entusiasmo pelo dia a dia e reavaliarmos, buscarmos auxílio, para que assim, com a saúde mental protegida, possamos continuar exercendo nossa função e honrando da melhor maneira possível o nosso compromisso com a sociedade.
Dr. Gerson Junqueira Jr.
Presidente da AMRIGS
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