Secretaria da Saúde define ações de controle de casos de meningite em Cachoeirinha

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Secretaria da Saúde define ações de controle de casos de meningite em Cachoeirinha

A Secretaria de Saúde (SES/RS) definiu nesta quarta-feira (8) algumas ações para o controle dos casos de doença meningocócica em Cachoeirinha. Em reunião com o município, foi definida vacinação na comunidade do bairro Jardim Betânia. Serão articuladas ações voltadas para a revisão do calendário de vacinação infantil para as crianças de até 5 anos de idade e a aplicação das doses para as crianças de 6 anos e menores de 20. Essa é uma nova medida frente às ocorrências registradas e que se soma às medidas de quimioprofilaxia, com o uso de antibiótico bactericida em contatos íntimos e prolongados, como os familiares, estudantes da mesma turna escolar, professores, entre outros.
De acordo com as informações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), nessa terça-feira (7), um aluno de 8 anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alzira Silveira Araújo, teve diagnóstico de meningococemia (infecção generalizada) pelo do tipo C e não resistiu. Na última sexta-feira (3), outra estudante, com 12 anos, também morreu, com o mesmo diagnóstico, ambos confirmados laboratorialmente. Além desses, uma menina de 12 anos – que mora no mesmo bairro, mas não estuda na mesma escola – permanece internada em Porto Alegre, e já teve o diagnóstico confirmado de meningite bacteriana do tipo C.
A vacinação foi discutida entre as três esferas: municipal, estadual e federal. Em virtude do aglomerado de casos em uma área restrita, houve o consenso para medicação de bloqueio à doença no bairro Jardim Betânia. Nesta quarta-feira começou a ser elaborada a estratégia para esse trabalho, com o levantamento da população desta faixa etária e o formato para a aplicação das doses e a data para o início da aplicação. Estima-se que cerca de 3 mil crianças e jovens do bairro façam parte do grupo de maiores de 6 anos e menores de 20, para os quais será disponível uma dose da vacina meningocócica conjugada sorogrupo C. A partir dos 20 anos são reduzidas as chances das pessoas desenvolverem casos graves. Aos menores de 6 anos será feita a revisão da caderneta de vacinação, que preconiza duas doses (aos 3 e 5 meses) e um reforço aos 15 meses. O medida terá a abrangência somente para o bairro, pois não houve registros em outras áreas da cidade.
As ações no município começaram a ser desencadeadas com o primeiro óbito na última sexta-feira (3), quando os contatos da primeira vítima começaram a receber o antibiótico. As vigilâncias do município e Estado buscam cuidadosamente os contatos próximos para tratamento preventivo com antibiótico. São considerados contatos próximos: pessoas que residem no mesmo domicílio, indivíduos que compartilharam o dormitório (nos últimos dez dias) e colegas da mesma sala de aula (no caso de crianças). Conforme a vigilância em saúde avança nas investigações, mais grupos de contatos vão sendo acrescidos a esse trabalho. Os protocolos da vigilância epidemiológica definem esses grupos, pois para o contágio é necessária uma exposição prolongada junto à pessoa doente. Esse tratamento é a resposta mais efetiva para situações desse tipo, pois protege de forma mais rápida, enquanto a vacina pode levar até 10 dias para dar imunidade.
Meningite
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos e outros. As bactérias também podem gerar um quadro de infecção generalizada (meningococcemia).
Os principais sinais e sintomas são: febre alta que começa abruptamente, dor de cabeça intensa e contínua, vômito, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele (petéquias). Em crianças menores de um ano de idade esses sintomas referidos podem não ser tão evidentes, devendo-se atentar para a presença de moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente e rigidez corporal com ou sem convulsões.
A principal medida de controle a ser desencadeada nas doenças meningocócicas (DM) para reduzir o contágio e, consequentemente, o número de casos, é a notificação e investigação oportuna da suspeita para a pronta administração da quimioprofilaxia aos contatos próximos do caso suspeito. Outras medidas importantes são:
– Higienização das mãos;
– Higienização do ambiente;
– Ventilação do ambiente;
– Cuidado com os alimentos.
Mais de um tipo de vacina está disponível para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. As doses que constam no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:
– Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a doença deningocócica causada pelo sorogrupo C. Doses aos 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 15 meses;
– Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforço aos 12 meses;
– Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Doses aos 2, 4 e 6 meses, com reforços aos 15 meses e 4 anos;
– Vacina BCG: protege contra as formas graves da tuberculose e nos casos de meningite. Dose única ao nascer.

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