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Sling Dance: Atividade no pós-parto traz benefícios para mulher

Para muitas mulheres, o pós-parto é um momento delicado que exige muito jogo de cintura para equilibrar a nova rotina com o bebê e o retorno as demais atividades diárias. Dentre muitos desafios, voltar a uma vida ativa, com a prática de exercícios físicos nem sempre é fácil.
“Apesar do Lucas ser um bebê super tranquilo, tem sido realmente desafiador conseguir voltar para a academia. Eu malhava diariamente, sem falha e vira e mexe tenho um imprevisto, anda estou constantemente me adaptando à alimentação dele e a minha nova vida mesmo. Nessa adaptação já se passaram seis meses e, quando vi, ainda não tinha conseguido me organizar pra voltar a malhar”, conta a advogada Natalia Palmeira, 30 anos.
 
Faz muito bem para as mulheres se exercitarem. Estudos comprovam que atividade física pode ser uma medida eficaz para o tratamento e prevenção de doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade, seja pelo aumento da produção de hormônios e outras substâncias químicas (endorfina, entre outros) durante o exercício ou pela possibilidade de socialização em atividades em grupo.
Mas como fazer para aliar essa atividade com a nova vida” Quais são as atividades que a mãe pode realizar com um bebê de colo”
A primeira coisa é sempre buscar uma orientação profissional, do profissional de saúde que a acompanha, para saber se já é possível fazer algum tipo de atividade física, que atividade fazer e quando é a hora certa para começar – no caso das atividades mais pesadas.
O ideal é começar com atividades leves, como caminhadas e ir, sem pressa, respeitando o momento. Quem leva o bebê consigo precisa observar se o espaço para realização da atividade é adequado, se tem lugar para trocar o bebê, se é seguro, se a atividade ofertada pode ser realizada com crianças de colo. Há muitas possibilidades, dentre elas: ginástica para mãe e bebê, yoga pós-parto, baby yoga, dança materna, sling dance e outros.

Deixando o bebê pertinho
Aila Torres Ferreira é técnica de crossfit, formada em Educação Física, e decidiu que para a voltar às atividades faria com o seu bebê, João Pedro, o Sling Dance. “Eu escolhi fazer o Sling Dance porque sempre gostei de dançar. Fazer as aulas com o meu bebê bem pertinho é uma delícia. Eu indico demais o Sling Dance. Além de me divertir dançando, não preciso abrir mão de estar junto com o meu bebê”, explica.
Aila Torres (primeira à esquerda) com amigas
É muito comum ver mulheres utilizando slings e carregadores de bebês. Com o bebê no sling ou em um carregador, há apoio para a criança ficar presa, próxima ao corpo da mãe, deixando os braços e mãos livres para realizar os movimentos corporais. Como é uma atividade que utiliza música e movimentos ritmados, a dança é uma ótima opção para embalar o bebê, e auxilia o desenvolvimento neuropsicomotor.
A posição vertical que o bebê fica no sling reduz cólicas, refluxo e melhora a digestão, além de aproximar a cabeça dele ao corpo da mãe (tórax) e possibilitar que eles escutem o “coração bater” ” som parecido com o que é ouvido na via uterina. Isso acalma os bebês e os fazem chorar menos, dormir mais e se sentirem acalentados e acolhidos. Porém, para uma utilização boa e segura do sling devem ser observadas algumas questões: a qualidade, o modo correto de usar cada tipo, a posição do bebê para que ele possa respirar. Outro ponto importante é que o sling não pode ser utilizado para praticar exercícios como corridas, saltos, ou qualquer atividade que submeta o bebê a movimentos bruscos, pois esse pode provocar lesões.

Dúvidas Frequentes
Para esclarecer as dúvidas que as novas e futuras mamães possam ter sobre a prática do Sling Dance, confira a entrevista com Mariana Russo V. Damasceno, professora de dança e movimento há 19 anos, criadora do método sling dance. Além disso, ela é mãe, psicóloga clínica-PUC-SP e terapeuta corporal, especialista em práticas corporais na psicoterapia pela Escola Internacional em Psicoterapia.
O que é o sling dance e como surgiu essa ideia”
Mariana: O sling dance é uma atividade corporal baseada em movimentos de dança para a mãe e seu bebê. É uma excelente atividade para fazer no pós-parto, destinada à mãe, ao pai e ao bebê, usando o sling. Foi criada com o intuito de promover uma atividade corporal que fosse realizada com o cuidador e seu bebê, em especial a mãe, pois é muito importante manter o vínculo materno após o nascimento e os primeiros anos de vida. (Falamos cuidador, pois quando há ausência materna, o cuidador do bebê pode dançar com ele no sling).
Nas aulas de sling dance temos a sensibilidade e o cuidado ao organizar o ambiente, ao pensar no tipo de música e nos movimentos. Como terapeuta corporal e especialista em práticas corporais, utilizo na psicoterapia conhecimentos específicos sobre corpo, movimento e bebês para poder ministrar uma aula.

Quais as vantagens desse método” 
Mariana: A aula de sling dance é uma atividade muito rica para a mãe e pode auxiliar no momento pós-parto, já que nesse período ocorrem muitas transformações sociais e corporais, e as mulheres ficam mais sensíveis e muitas se queixam de solidão.
Entre os benefícios do sling dance está a criação de laços sociais e troca de experiências com outras mães, melhora corporal (devido aos movimentos de alongamento e relaxamento) e bem-estar geral.
A vantagem desse método é estimular a maternidade feliz, em que mãe e bebê criam uma vinculação positiva, se divertem juntos, aprendem a ouvir uma música e mover-se no ritmo, aprendem a destravar e trabalhar o corpo através de movimentos naturais e benéficos à saúde. Além do prazer e alegria de estar dançando.
Eu comecei a pensar nas aulas de sling dance quando dançava com meu filho no colo e no sling, em 2012. Como sou psicóloga e terapeuta corporal há 12 anos, e dou aulas de dança com enfoque terapêutico para mulheres e crianças há 19, aliei minha experiência à minha vida como mãe e à vontade de voltar a trabalhar, para criar algo no qual pudesse compartilhar com outras mães e famílias a experiência maravilhosa e prazerosa que eu tinha em casa: dançar com meu bebê.
Assim, resolvi criar uma atividade onde as mães pudessem se encontrar, trocar dicas, informações, experiências, além de terem um tempo para elas, para se alongarem, cuidarem das costas, do corpo e do bem estar tanto físico quanto mental e emocional.
Como são desenvolvidas as aulas”
Mariana: A aula inicia com uma roda de aquecimento e sensibilização corporal para a mãe e o bebê (shantala). Pode ser praticado com bebês a partir do primeiro mês. O uso do sling pode ser feito desde o recém-nascido, mas recomendamos para a aula, que o bebê tenha pelo menos 1 mês de vida. Não há restrições, pois nas aulas respeitamos todas as necessidades do bebê e da mãe, ela pode amamentar ou trocar fraldas. Nas aulas, este fluxo do cuidado é respeitado e incentivado. Mas a mãe precisa saber se há alguma restrição médica para que ela ou o bebê pratiquem qualquer atividade em grupo e de movimento.
As mães podem usar qualquer tipo de sling. Os mais usados são os modelos wrap e pouch. O wrap sling é um pano grande em que podem ser feitas diversas amarrações. Já o pouch sling tem a medida certa para cada pessoa, com uma costura única, não há ajuste. O sling de argola é similiar ao pouch, mas pode ser ajustado; o mei-tai serve para ser usado quando o bebê já senta, parece o wrap, mas com menos tecido.
Sling Dance também é coisa de pai
Recentemente, na semana do Dia dos Pais, teve grande repercussão na internet um vídeo onde pais dançavam com seus filhos em prol de uma boa causa.
Aqui no Brasil, alguns pais também aderiram à atividade e estão, aos poucos, divulgando seus momentos nas redes sociais. Foi o caso do Filipe Pedroso Ferreira, 30 anos, marido da Aila, que nas férias decidiu fazer uma aula experimental de Sling Dance. “Mesmo antes do João Pedro nascer, eu já tinha decidido que ia ser um pai bem participativo. Eu estava de férias e queria aproveitar o máximo meu tempo para ficar perto dele e da minha esposa. Então, pedi a Aila pra ir com eles à aula. A aula é boa para as mães que estão voltando a atividade. Cansa bastante”, relembra.

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