Fafá de Belém, cantora e católica ativa, está sempre envolvida em causas sociais e da Igreja. Por isso, ela se associou a Pastoral da Aids (vinculada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), e ao Ministério da Saúde para protagonizar a campanha “Nós podemos construir um futuro sem aids”. Hoje, com modernas tecnologias de tratamento e prevenção é possível construir um futuro livre da doença. Isso não significa acabar com os novos casos de HIV, mas impedir o avanço da infecção pelo vírus e possibilitar que a população infectada viva com qualidade. “Eu perdi muitos amigos para a aids. Quantas pessoas nós não perdemos na época em que não havia tratamento” Hoje tem tratamento. E o amor é o primeiro passo para vencermos a aids”, relembra a cantora Fafá de Belém.
Vencer as barreiras de estigma e preconceito contra as pessoas que vivem com HIV/aids ainda é um desafio que dificulta a vitória social sobre a doença.
O assessor nacional da Pastoral da Aids da CNBB, Frei Luiz Carlos Lunardi, diz que a Igreja sempre quis desenvolver uma campanha de sensibilização para o fim do preconceito e do estigma e, também, para o diagnóstico e tratamento precoce. Para a Pastoral da Aids, Fafá de Belém é a pessoa certa para esse serviço.
“Por ela ser mulher (um dos perfis em que a aids ainda cresce no Brasil); do Norte, e expressar “o rosto” do Norte, para atingir uma região que ainda revela elevados índices de novas infecções pelo HIV/aids; e por ela ser uma artista de renome nacional que poderia levar uma importante mensagem à população, especialmente sobre prevenção e cuidado”, detalha Lunardi.
A cantora é sensível às questões sociais. “Sempre que precisarem de mim para as causas sociais, eu estarei lá. E nós podemos ajudar a construir um mundo sem aids. Conversando com os nossos amigos e familiares. Abraçando, cuidando, se aproximando, e dando carinho a qualquer pessoas que tenha HIV”, reforça Fafá.
Governo, Igreja e sociedade
A parceria entre a Pastoral da Aids e o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde foi firmada em 2014, quando foi realizada a primeira campanha com incentivo ao diagnóstico precoce.
Segundo o Frei Lunardi, hoje, o grande problema não é o vírus HIV. O grande problema ainda é o estigma e o preconceito. “O estigma e o preconceito mexem com a autoestima da pessoa, mexem com a vida da pessoa, mexem com ânimo de viver, mexem com a esperança de viver, influenciam na adesão ao tratamento, influenciam nos sonhos da pessoa”, diz Lunardi.
Fafá de Belém diz que é muito importante que cada um faça o teste de aids: “Se der positivo, não se apavore. As unidades de saúde estão prontas para lhe receber. Sem preconceito. Sem julgamento. Você pode ter o HIV e não adoecer. Apoie quem precisa do tratamento de aids. Incentive. Para vencermos o HIV, nós precisamos da ajuda de todos!”.
Para a comunidade cristã, ser sensível a toda e qualquer doença é uma dever. “Deve, sem estigma e sem preconceito, acolher solidariamente as pessoas. Acompanhar as pessoas, ser uma força justamente nesse momento que essas pessoas precisam e se mostrar, de forma acolhedora e sensível, um companheiro que anda de mãos dadas e que caminha”, exorta o Frei Lunardi.
A aids é uma doença complexa que atinge todas as áreas geográficas e todos os perfis populacionais. Ela se apresenta com diversos rostos, com diversos dobramentos. Assim também a resposta, tanto para a prevenção quanto para o cuidado e tratamento. “A resposta à aids não pode ser feita com uma mão só. Tem que ser um trabalho de muitas mãos. E essa parceria entre a Igreja (Pastoral da Aids) e o Departamento de Aids do Ministério da Saúde, para nós, é o grande elemento que impulsiona essa caminhada”, conclui o assessor nacional da Pastoral da Aids.